Representações da memória no romance "A máquina de fazer espanhóis" de Valter Hugo Mãe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ribeiro, Beatriz Sodré [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150270
Resumo: A memória emerge como uma das principais inquietudes culturais da pósmodernidade. Na literatura destacam-se obras que representam em seu processo narrativo a preocupação humana em engendrar os conjuntos de lembranças, seja controlando o pensamento coletivo ou combatendo o esquecimento. Este trabalho tem o objetivo de pensar a memória como um dos principais pilares do romance pósmoderno, interpretando representações da memória na obra A maquina de fazer espanhóis de Valter Hugo Mãe. O romance contempla a memória do narrador, reconstituindo o passado recente de Portugal entre figuras e eventos da história submetidos a distorções da ficcionalização. A obra conta a história de António Jorge Silva, que ao ser abandonado pelos filhos numa casa de repouso, se agarra ao passado na tentativa de preservar sua identidade. Nesse espaço de confinamento ele se depara com outros Silvas e se reconhece em suas memórias, conectando passado e presente em jogos metaliterários que remetem a símbolos, textos e ícones da portugalidade. A pesquisa se justifica por requerer uma observação atenta das variações do conceito de memória ao longo dos tempos e por encontrar no romance a engrenagem ideal para representar diferentes passados no tempo presente. Para nortear e embasar tal reflexão, estarão presentes os conceitos de memória na perspectiva de autores como Walter Benjamin (1980), Antonio Candido (1964), Erich Auerbach (1987) e Andreas Huyssen (2000) sobre a representação da realidade no romance e sua relação com a memória, bem como a teoria de Ana Paula Arnaut (2010) e Fernando Rosas (2001) sobre a literatura portuguesa contemporânea. A análise da obra combina a teoria com elementos da narrativa demonstrando que sua arte expõe uma preocupação em preservar o passado e pensar a memória tanto como uma ferramenta de crítica social, como num recurso poético.