Análise imunoistoquímica das subpopulações M1 e M2 de macrófagos associados a tumores (MATs) em carcinomas de células escamosas de lábio inferior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lúcio, Priscilla Suassuna Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Epidemiologia e Promoção de Saúde
BR
UEPB
Mestrado em Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2039
Resumo: Pela ação direta da radiação ultravioleta e excluindo-se as alterações de pele, o lábio inferior é a estrutura mais acometida por lesões potencialmente malignas e malignas de origem epitelial. Um fator que pode intereferir no prognóstico do carcinoma de células escamosas de lábio inferior (CCELI) consiste nos componentes do microambiente tumoral. Os macrófagos associados a tumores (MATs) representam parcela desta população celular e são divididos de acordo com seu estado de polarização: subtipo M1 (ativação clássica), exerce propriedades anti-tumorais por meio da destruição de células neoplásicas e o subtipo M2 (ativação alternativa), que apresentam atividade de regulação anti-inflamatória e favorece o escape de células neoplásicas da vigilância imunológica. Inúmeros estudos têm demonstrado um envolvimento de MATs com piores prognósticos em diversas neoplasias malignas, no entanto sua relação com o CCELI ainda não é conhecida. O presente estudo se propôs a analisar, por meio de técnica imunoistoquímica, a presença das subpopulações M1 e M2 de MATs em uma série de casos de CCELI e verificar um possível envolvimento destes subtipos celulares no desenvolvimento de metástase linfonodal regional. Cortes histológicos corados em hematoxilina e eosina, obtidos de 30 casos de CCELI e divididos em dois grupos (15 casos com metástase linfonodal regional e 15 casos sem metástase linfonodal regional), foram avaliados sob microscopia de luz onde se determinou a gradação histopatológica de malignidade. O material foi submetido à técnica de dupla-coloração para os anticorpos monoclonais anti-CD68, anti-CD163 e anti-HLA-DR, obtendo assim distinção entre os MATs M1 (CD68/HLA-DR) e MATs M2 (CD68/CD163). Ao final, as células imunomarcadas foram contadas em 10 campos de maior positividade, estabelecendo a média de MATs M1 e M2 para cada caso. Os dados obtidos com as quantificações dos MATs M1 e M2 foram submetidos ao teste de KolmogorovSmirnov, o qual revelou ausência de distribuição normal. Possíveis diferenças entre as medianas para esses tipos celulares em relação aos parâmetros clínico-patológicos foram avaliadas por meio do teste não-paramétrico de Mann-Whitney e provável correlação nas quantidades de MATs M1 e M2 foi verificada pelo teste de Spearman. A análise do front de invasão tumoral revelou presença dos dois subtipos celulares (MATs M1 e 2), tendo os MATs M1 associação significativa em lesões de maior tamanho (T2T4) (p= 0,049). Com relação à ausência/presença de metástase linfonodal regional, estádio clínico e gradação histopatológica de malignidade, não se observou diferença estatisticamente significativa. No entanto, visualizou-se uma fraca correlação positiva, estatisticamente significativa entre os MATs M1 e M2 (r = 0,385; p = 0,036). Dessa forma conclui-se que os MATs não estão envolvidos na invasão tumoral de CCELI, no entanto são importantes para compreensão do comportamento biológico da doença. Além disso, o presente estudo incentiva o desenvolvimento de novas investigações sobre os diversos componentes do microambiente tumoral, a fim de sinalizar caminhos que busquem aprimorar e individualizar tratamentos para o câncer, a fim de se obter melhor qualidade de vida para pacientes que padecem desta doença.