Caim desafia Deus: narrador e ironia no romance de José Saramago
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2815 |
Resumo: | Esta pesquisa propõe uma leitura da obra Caim (2009), do escritor português José Saramago, e objetiva analisar de que modo são revisitadas as narrativas do Antigo Testamento, por intermédio de um narrador onisciente intruso. Percebe-se que Saramago passeia pelos episódios bíblicos de modo cômico e irônico, através da paródia e da ironia. Nessa perspectiva, o narrador põe o personagem que nomeia o romance nos principais episódios que envolvem o texto bíblico, que se sucedem de modos inesperados. Caim, personagem sentenciado a um destino errante por ter assassinado o seu irmão Abel, é, portanto, apresentado por esse narrador como um sujeito questionador, que se choca diante da maldade divina em diversos episódios do romance. Evidenciase o fato de que o personagem representa a voz dos que foram repudiados nos escritos religiosos. Destacam-se o vocabulário moderno e o uso da oralidade popular, nos quais o narrador aproxima eventos de um passado distante ao presente do leitor, num incansável jogo temporal, ao passo que ressignifica os símbolos canônicos. Como aporte teórico, toma-se como base, principalmente, as contribuições de Salma Ferraz (1998), Beth Brait (1996), Linda Hutcheon (1985), Gérard Genette (2006), Dominique Maingueneau (2009), entre outros. |