Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pina, Guilherme Bolsoni Coelho de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182597
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Resumo: |
Ao lermos Caim (2009) de José Saramago, para além das desconstruções do texto bíblico já esperadas de um texto desse autor, somos surpreendidos com uma narrativa que encanta por sua originalidade na forma de narrar e de construir imagens e símbolos. Logo após cometer seu fratricídio, caim (sic), protagonista do romance, é condenado por deus a errar por toda a eternidade. Aproveitando-se disso, o narrador o acompanhará em sua erraticidade em uma jornada entre os mais célebres episódios do Antigo Testamento. Essa jornada, porém, revela-nos uma peculiaridade: a ordem cronológica em que esses episódios são apresentados na Bíblia é subvertida no romance. Parodiando e questionando a pretensão histórica do discurso bíblico, o romance tratará a temporalidade como o principal recurso construtor de sentido. Mas por quê? Por que alterar a ordem bíblica dos episódios? Que sentidos o romance deseja construir com essas alterações? Elas são aleatórias? Quer-se, com isso, apenas desconstruir o texto bíblico? Pistas para respostas a essas perguntas são deixadas a cada episódio visitado por caim (sic), respostas estas das quais tentamos, em nossas análises, aproximar-nos. Estruturamos nosso estudo em cinco capítulos, nos quais analisamos o que a fortuna crítica já estudou sobre a obra; o Romance Histórico e as suas formas de lidar com o passado, predominantemente através da ironia e da paródia; a peculiaridade de Saramago de usar letras minúsculas no início de nomes próprios e os efeitos de sentido que esse recurso traz; o hábil manejo de símbolos e mitos operado pelo narrador, no processo de desconstrução e reconstrução simbólica do romance e, por fim, uma proposta de leitura do romance. Todas essas ferramentas trabalham juntas em favor da descrição de um projeto de narrativa, que é levado a cabo pelas mãos dessa grande entidade criadora de linguagem, imagens e símbolos: o narrador saramaguiano. |