Imagem corporal e estado nutricional de crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sousa, Carolina Pereira da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública - PPGSP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2272
Resumo: Introdução: A imagem corporal associa-se diretamente às questões referentes ao peso corporal, aos transtornos alimentares e à qualidade de vida proporcionada pela satisfação corporal. A plausibilidade da relação entre o estado nutricional e a imagem corporal justificase pela classificação daquele como padrão ouro e deste como evento vulnerável à distorção. Objetivos: Avaliar a autopercepção corporal em escolares que frequentam a rede pública de ensino do município de Campina Grande e examinar a relação com o sexo, idade e Índice de Massa Corporal/Idade e verificar a concordância entre o estado nutricional percebido pela mãe e o diagnosticado em crianças pré-escolares. Material e métodos: Realizaram-se dois estudos com metodologias independentes para alcançar os dois objetivos antepostos. O primeiro foi um estudo transversal realizado com 1081 crianças escolares de 5 a 10 anos. O estado nutricional das crianças foi estimado pelo IMC. A percepção corporal foi avaliada considerando a visão, satisfação e idealização corporal com base na Escala Infantil de Imagem Corporal criada por Truby e Paxton. O segundo, foi um estudo de coorte prospectiva realizado em creches com 269 crianças menores de 5 anos. O estado nutricional infantil foi expresso por meio dos escores-Z de peso/estatura em dois momentos diferentes no período de um ano. A percepção materna do estado nutricional foi obtida na segunda observação, perguntando-se à mãe sua percepção sobre o peso da criança. A concordância entre a percepção materna do estado nutricional da criança e o critério diagnóstico da OMS foi obtida por meio do teste kappa ponderado, ao nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: No estudo com os escolares, o nível de insatisfação corporal entre os mesmos foi de 86%. Observou-se que 75,9% das crianças com sobrepeso e 73,7% das obesas percebem-se mais magras. Cerca de 94,7% dos escolares com sobrepeso, 98% dos obesos e 41,8% dos eutróficos demonstraram que gostariam de ser mais magros, enquanto 83,3% dos desnutridos desejavam ser mais gordos. A visão mais distorcida do corpo foi verificada nas crianças mais velhas e nos meninos. Para a satisfação corporal, diferenças significativas foram encontradas segundo o IMC. Quanto à idealização corporal, a maior discrepância foi observada entre escolares mais velhos. O trabalho desenvolvido com as crianças menores de 5 anos apontou prevalência de discordância entre a percepção materna e a referência da OMS de 32,7%, com kappa de 0,122, considerado desprezível. Observou-se concordância entre a percepção materna e a referência da OMS para as crianças diagnosticadas com sobrepeso, independente do sexo e da faixa etária, com concordância moderada entre as meninas e as crianças de 36-59 meses. Conclusões: Os resultados deste trabalho indicam prevalências expressivas de distorção da imagem corporal entre escolares, especialmente aqueles com excesso de peso, os quais se veem mais magros, além de idealizarem uma figura mais magra e estarem nsatisfeitos com seu corpo. Na avaliação de menores de 5 anos, os resultados apontam concordância entre a percepção materna e o diagnosticado apenas nos casos das crianças com sobrepeso. Contudo, apesar dessa relativa congruência, ressalta-se um percentual considerável de mães que subestimam o sobrepeso em seus filhos. Conclui-se, ainda, que a percepção corporal pode apresentar especificidades relacionadas a variáveis demográficas e do real estado nutricional. Ressalta-se a importância dos achados para as políticas públicas e a promoção da saúde