Mecanismos centrais envolvidos na hiperalgesia induzida pelos vírus Dengue e Chikungunya e proteína E2 do vírus Chikungunya em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vendrameto, Carina Zerbetto Segato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18094
Resumo: As arboviroses Dengue e Febre Chikungunya são duas das viroses mais comuns afetando centenas de países por todo o mundo, seguindo a área endêmica de seus vetores, os mosquitos do gênero Aedes. Como não existem medicamentos específicos para ambas as viroses, novas estratégias terapêuticas são necessárias para tratar os principais sintomas como a dor por exemplo. Neste trabalho nós investigamos os mecanismos pelos quais estes vírus induzem dor e buscamos possíveis alvos terapêuticos para este sintoma. O vírus Chikungunya é conhecido por causar uma incapacitante dor articular que pode perdurar durante anos, mesmo após a eliminação completa do vírus, e nós investigamos se a proteína E2 do envelope viral pode estar envolvida nesse processo de indução da dor. Nossos resultados mostraram que o vírus inativado e a proteína E2 recobinante induzem hiperalgesia mecânica e térmica em camundongos, e o tratamento com anticorpos monoclonais anti-rE2 reduziu de forma efetiva a dor induzida pelos estímulos. Também observamos que na ausência ou bloqueio dos canais TRPV1 ocorre redução da hiperalgesia induzida pelo vírus inativado e pela proteína. Por último, encontramos que os neurônios dos gânglios da raiz dorsal apresentaram maior influxo de cálcio em nível basal após a estimulação com o vírus inativado e com a proteína recombinante, indicando ativação neuronal direta através destes estímulos. Pacientes infectados com dengue também apresentam a dor como um dos principais sintomas, então nós investigamos a participação de citocinas e das células da glia na indução da hiperalgesia após a infecção. Nossos dados mostraram que a infecção sistêmica com o vírus dengue induziu hiperalgesia mecânica, aumento na produção das citocinas TNF-a, IL-1ß e IL-10 e ativação de astrócitos e micróglias (aumento na expressão de mRNA para GFAP e Iba-1). O tratamento com moduladores destas citocinas e das células da glia confirmou de maneira efetiva a importância destas células e moléculas na hiperalgesia induzida pelo vírus Dengue em camundongos, demonstrando um grande potencial terapêutico que merece investigação futura.