Da vida comum ao protagonismo histórico : a construção da memória de Madre Leônia Milito em Londrina (1953-1980)

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Garcia, Thiago Machado
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: História social; Memória; Cultura material; Canonização; Social history; Memory; Material culture; Canonization
• Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8677

Resumo: A década de 195 proporcionou um cenário de inúmeras mudanças em Londrina (PR), tanto pelo desenvolvimento econômico da cidade, quanto pelo aumento da desigualdade social, de contingentes populacionais que se viram excluídos da prosperidade propagandeada a partir da lavoura cafeeira, naquele período em que se comemorava o jubileu de prata do município Nesse contexto histórico, foram desenvolvidas diferentes frentes de trabalho na área de assistência social na região por instituições religiosas, como foi o caso das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret Com os avanços das ações assistencialistas e de evangelização, a instituição – liderada por madre Leônia Milito e D Geraldo Fernandes, primeiro bispo e arcebispo de Londrina – passou a ter um notório destaque no âmbito religioso no norte do Paraná e no mundo, considerando a expansão da congregação religiosa para outros continentes Aproximadamente 1 anos após a morte de Leônia Milito em 198, aos 67 anos, resultante de acidente automobilístico em 22 de julho de 198, foram iniciados os preparativos para o seu processo de canonização junto da construção de sua memória no município, como é o caso da obra de José Garcia Gonzales Neto (1992) – historiador, professor universitário e líder católico –, referência sobre a história das missionárias Assim como a organização de espaços dedicados à religiosa, o diário espiritual de 1975 com orações e reflexões pessoais da madre, a publicação de cartas trocadas entre os membros da congregação e fotografias do período, serão fontes primárias deste trabalho A pesquisa mostrou que, a partir da sacralização de sua figura, uma série de eventos, publicações, edificações, passaram a ser organizados como lugares de memória, conforme conceituado por Pierre Nora (1993), de modo a perpetuar sua figura simbolicamente enquanto a possível primeira personalidade da região do norte paranaense a receber o título de santa pelo Vaticano Nesse sentido, a presente pesquisa busca analisar a maneira pela qual foram construídas as representações de Leônia Milito a fim de investigar as disputas de memória, como apontado por Michael Pollak (1989), presentes no município no que tange à sua imagem