Quando os horrores são legitimados : distopia de gênero em as "Horas vermelhas", de Leni Zumas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: André, Ana Carolina de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1374
Resumo: Esta dissertação tem como premissa a discussão do romance da escritora dos Estados Unidos Leni Zumas, As horas vermelhas, para analisar dois aspectos principais e que estão interconectados: a distopia, como um modelo de representação literária ao realçar universos ficcionais de repressão, marginalização de direitos de posse do corpo e cerceamento na concepção de tipos alternativos de família; e misoginia que afeta, profundamente, as relações sócio-afetivas de mulheres ao se confrontarem com as forças do patriarcalismo. Assim, a perspectiva teórica considera este romance como uma distopia de gênero. A partir de leituras teóricas da utopia e da distopia (MORE, 2003), (FERNS, 1999), (LEVITAS, 1990), (JACOBY, 2007) e (MOYLAN, 2000), discuto como a narrativa de Zumas pode ser interpretada como uma versão contemporânea das distopias clássicas, mas que ressaltavam pesadelos de gênero, fenômeno que se repetia com outras autoras a partir da publicação de O conto da aia, de Margaret Atwood, no final dos anos 80 do século XX. A distopia se concentrou no enredo de duas personagens: Roberta Stephens, a biógrafa, que queria ser mãe e fora impedida por causa das novas leis de adoção e Matilda Quarles, a filha, que engravidou e decidiu interromper a gestação quando o aborto fora criminalizado naquele país. O segundo aspecto do romance que é discutido nesta dissertação é a misoginia. Para a segunda parte da dissertação, elenco algumas teorias de gênero (BEAUVOIR, 2019a e b), (BORDIEU, 2012), (GARCIA, 2015), (PATEMAN, 1993) e (SAFFIOTI, 2004) com o intuito de interpretar As horas vermelhas como uma narrativa que aborda os problemas enfrentados por personagens femininas somente por serem mulheres. Para esta segunda parte, procuro estabelecer uma conexão que discute as narrativas das cinco protagonistas sob o viés feminista. Além de Roberta e Matilda, analiso as frustrações de Susan Korsmos, a esposa, a marginalização de Gin Percival, a reparadora, e a falta de reconhecimento de Eivør Mínervudottír, a exploradora polar.