A constituição subjetiva das egressas do sistema carcerário feminino no interior goiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sabino, Gabriela Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1247
Resumo: Esta pesquisa propõe-se a analisar como os saberes e os poderes irrompem na constituição subjetiva das egressas do cárcere feminino do interior goiano. Como objetivo geral, descrevemos, interpretamos e analisamos enunciados desses sujeitos para compreender de que modo essas mulheres constituíram-se em três contextos: pré, durante e pós-cárcere. Frente a isso, como objetivos específicos, desejamos promover a cidadania mediante discussões a respeito da constituição subjetiva dessas mulheres e também do apagamento dos saberes sobre o cárcere goiano feminino. O trajeto metodológico respalda-se na Análise do Discurso de linha francesa, sobretudo no aporte epistemológico de Foucault (1972, 1979, 1994, 1997, 1999, 2000, 2004 2008, 2010, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2019), para investigação de um corpusreunido por intermédio de sete entrevistas estruturadas com um questionário de quarenta e nove questões. Além disso, mobilizamos um arcabouço teórico de estudos feministas a fim de analisarmos os enunciados dessas mulheres nos três momentos distintos de suas constituições subjetivas, tal como supracitado, mediante as autoras Borges (2019), Butler (2015, 2019), Davis (2020), Federici (2019), Tiburi (2018) e Queiroz (2015). Como resultados, percebemos que os enunciados das mulheres pesquisadas são clivados por discursos do domínio do senso comum a respeito do sistema carcerário feminino, os quais circulam regularmente e revelam a ordem da dizibilidade sobre castigos, suplícios, saberes e poderes disciplinares num dispositivo panóptico que, arquitetonicamente, é produto de uma biopolítica produzida para marginalizar também fisicamente, por meio da reclusão e invisibilidade. Conforme os resultados, concluímos, descrevemos, interpretamos e analisamos o monumento cárcere goiano, especificamente, o feminino, percebendo o apagamento de estatísticas, de projetos de inclusão social e de políticas públicas de cuidado com encarceradas e egressas do cárcere. Trata-se, mais uma vez, de uma negligência e de um desmazelo do sistema jurídico e penal em relação a esses corpos, segundo Foucault, considerados infames; daí a homogeneização deles.