BULLYING E SOCIALIDADES JUVENIS NA ESCOLA: TENSIONAMENTOS ENTRE NARRATIVAS, DISCURSIVIDADES E MORALIDADES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SPINOSA, SUYANE ALBUQUERQUE
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=82720
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A partir da última década no Brasil, o tema do bullying escolar adquiriu importância na cartografia dos conflitos nas escolas e recebeu ampla divulgação midiática, gerando atitudes de enfrentamento por diversos atores da sociedade que se empenharam em prevenir e combater o bullying. A partir destas questões, esta pesquisa tem como objetivos compreender quais os enunciados que circulam no social sobre as práticas nomeadas bullying, e como se produz seu cenário discursivo; investigar as forças atuantes e em disputa que participam na definição e nos modos de ação em relação ao bullying; analisar os sentidos em torno das práticas de bullying nas socialidades juvenis na escola e as diversas gramáticas morais envolvidas; esmiuçar os tensionamentos entre uma ordem institucional de um estatuto normativo sobre o bullying e os quadros morais da ordem prática da vida cotidiana. A reflexão desenvolvida tem esteio em pontos de vista teóricos de Bernard Lahire e Pierre Bourdieu sobre a construção de problemas sociais, privilegiando as representações e percepções do mundo dos agentes em jogo na arena social, e a produção de saberes e poderes que instituem regimes de verdade, com fundamento em Michel Foucault. A pesquisa teve aporte metodológico na abordagem qualitativa, privilegiando o método interpretativo e compreensivo, com utilização de consultas bibliográfica e documental, e a projetos de lei vigentes sobre bullying; foram realizadas entrevistas individuais, grupos focais, observação direta, além de consultas a notícias veiculadas a mídia eletrônica sobre bullying. A pesquisa teve como campo empírico a Escola Santo Amaro, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. O bullying encontra-se presente nas mais diversas narrativas e transita móvel entre diferentes representações. Origina-se como conceito nas narrativas psicológicas e pedagógicas, e emerge nas narrativas de juristas, criminalistas, ONGs, e são incorporadas pelos media e amplamente veiculadas, além de se tornarem pauta de leis e de políticas públicas. Essas práticas discursivas se encontram de um lado, num enfoque clínico que patologiza e medicaliza e, de outro, num enfoque que o imputa a grupos e estruturas sociais. Entre essas disputas, o que as une é o esforço de dissociar bullying de brincadeira, percepção presente no cotidiano. Neste percurso, o bullying também passa a compor narrativas juvenis em múltiplos sentidos, onde coexistem narrativas do risível e do escracho a narrativas de sofrimento e dor, narrativas de recusas a narrativas de adesão. Formam-se, assim, disputas entre enunciados sobre o bullying que passam a povoar o imaginário dos próprios alunos. O bullying, como uma nova categoria, produz novas subjetividades e altera as interações sociais, ao mesmo tempo, como formação e prática discursivas, encontra-se importado, deslocado, ressignificado, disputado, relutado, apropriado e transformado em suas diversas configurações e enquadramentos.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palvras-chave: Bullying. Escola. Conflitos. Discurso. Representações sociais.</span></font></div><div style=""><br/></div>