Estudo da diversidade genética em ruminantes oriundos de diferentes países

• Ano de defesa: 2010
• Autor(a) principal: Salles, Patricy de Andrade
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Biotecnologia; Genética; Ruminantes
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=68316

Os genes do Complexo Maior de Histocompatibilidade (MHC) estão envolvidos na proteção do organismo contra infecções causadas por vírus, bactérias e parasitas, e são considerados como os mais polimórficos nos vertebrados. Genes do MHC são capazes de recombinar-se, produzindo uma grande diversidade de proteínas envolvidas na apresentação de antígenos e estão associados a características de importância econômica, como peso, resistência a infecções e produção de leite em ovinos, caprinos e bovinos. Os microssatélites do MHC estão localizados próximos aos genes do MHC. Devido a essa aproximação, são raramente perdidos no processo de recombinação durante a meiose. Neste contexto, a importância dos microssatélites no estudo de uma determinada característica, é que, se um determinado microssatélite está localizado próximo a um gene funcional importante, ele tende a ser herdado conjuntamente. Portanto, por meio do estudo de microssatélite, tem-se uma oportunidade de estudar o polimorfismo tanto dos microssatélites, como dos genes do MHC. O polimorfismo resultante da resposta imunológica é atualmente objeto de estudo da diversidade genética de populações.No presente estudo, o polimorfismo de cinco microssatélites, BF, BM1818, BM1258, DYMS1 e SMHCC1 foram estudados em seis autóctones raças caprinas e quatros raças ovinas da África, Europa e Ásia. Quatro microssatélites, BF, BM1818, BM1258 e DYMS1 foram estudados em duas raças bovinas autóctones da Ásia e da Europa. O estudo envolveu, ao todo, 406 caprinos, 210 ovinos e 132 bovinos. O presente estudo revela que a heterozigosidade esperada é alta e que a maior parte dos microssatélites analisados nas diferentes raças é altamente polimórfica. A discrepância entre a heterozigosidade esperada e observada sugere a existência de certo grau de endogamia em todas as raças estudadas, acompanhada pelo aumento do número de animais homozigotos, perda de heterozigosidade, e perda de alelos nos rebanhos estudados. O estudo indica que os microssatélites estudados, associados estreitamente associados aos genes do MHC, são aptos para serem utilizados em futuros estudos de rebanhos caprinos, ovinos e bovinos da China, Quênia, Índia, Albânia e de outros países, como, por exemplo, do Brasil. Análises que associem alelos dos microssatélites com características econômicamente importantes, são desejáveis. Os marcadores poderiam servir para integrar um programa de melhoramento animal.