Desenvolvimento de biodetergentes utilizando biossurfactantes como matéria-prima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Barbosa, Silvanito Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=70653
Resumo: A maioria dos surfactantes disponÌveis comercialmente È sintetizada a partir de derivados do petrÛleo, representando assim uma importante fonte de poluiÁ„o, causando efeitos biolÛgicos adversos a organismos aqu·ticos. Na ind˙stria de detergentes, apesar das v·rias marcas disponÌveis no mercado serem consideradas biodegrad·veis e amparadas pela legislaÁ„o em vigor, sabe-se que na verdade os componentes ativos s„o tensoativos obtidos por via quÌmica e n„o bioquÌmica, ou seja, o que houve foi apenas a mudanÁa do principal componente ativo alquilbenzeno sulfonato de sÛdio de cadeia ramificada pelo de cadeia linear, o que de fato facilitou a degradaÁ„o da molÈcula por microrganismos, mas n„o tanto quanto ao comparado com os surfactantes naturais. Com intuito de solucionar tais inconvenientes, neste trabalho apresentaremos um processo de desenvolvimento de dois biodetergentes, a partir de biossurfactantes que atendam ao apelo ambiental e que disponibilize no mercado novos produtos alternativos aos j· existentes, utilizando uma nova tecnologia que possa estar inserida na promessa de desenvolvimento industrial sustent·vel que prima, sobretudo, pelo uso de tecnologias limpas. A presente invenÁ„o conjuga as principais propriedades do sab„o e do detergente sintÈtico proporcionando uma alternativa ao uso destes ˙ltimos, pois, agrega do sab„o as caracterÌsticas de maior biodegradabilidade e do detergente sintÈtico a vantagem de agir de forma ainda eficiente mesmo quando utilizado em ·guas duras. Inicialmente produziram-se dois biossurfactantes denominados de liposan e ramnolipÌdeo obtidos a partir da fermentaÁ„o aerÛbia, utilizando-se uma cepa da levedura Yarrowia lipolytica IMUFRJ 50682 e outra cepa da bactÈria Pseudomonas aeruginosa INCQS 0588092, respectivamente. ApÛs a an·lise exploratÛria das diferentes condiÁıes experimentais, concluiu-se que o pH 7,0, a temperatura de 35°C e agitaÁ„o de 150 rpm, foram os fatores que mais influenciaram na produÁ„o dos dois biossurfactantes. As condiÁıes experimentais foram analisadas quanto ‡ tens„o superficial, o Ìndice E24, a produÁ„o de biomassa, a produÁ„o do biossurfactante e o consumo do substrato. ApÛs a separaÁ„o e extraÁ„o do liposan e do ramnolipÌdeo, realizou-se a modificaÁ„o das duas molÈculas atravÈs de uma reaÁ„o quÌmica e formulou-se os biodetergentes adicionando-se os agentes coadjuvantes e completando-se o volume final com ·gua destilada. A eficiÍncia dos biodetergentes foi avaliada comparando as viscosidades de uma amostra de Ûleo bruto com uma emuls„o ·gua produzida/Ûleo contendo os biodetergentes, onde se verificou uma reduÁ„o da viscosidade em torno de 8% para o biodetergente 1 derivado do liposan e 36% para o biodetergente 2 derivado do ramnolipÌdeo. Observou-se atravÈs da an·lise de DSC que os biodetergentes desenvolvidos n„o apresentaram transformaÁıes fÌsico-quÌmicas quando dissolvidos em amostras de ·gua destilada e comparadas com ·gua produzida, concluindo-se que ambos apresentaram boa estabilidade tÈrmica e que n„o foi detectada nenhuma interaÁ„o quÌmica, na faixa de temperatura estudada, entre os biodetergentes e os sais presentes em grande quantidade na ·gua produzida, mostrando assim tambÈm uma boa toler‚ncia ‡ forÁa iÙnica. Em relaÁ„o ‡ capacidade de produzir espuma e de remover sujidades em tecidos e em louÁas, os dois biodetergentes produzidos apresentaram poder espumante e aÁ„o detergente semelhante quando comparado ao sintÈtico comercial. Desta forma, pode-se concluir que os biodetergentes produzidos apresentaram boa capacidade tensoativa e de emulsificaÁ„o comparado aos surfactantes quÌmicos sintÈticos, podendo ser utilizados em substituiÁ„o aos mesmos pelas vantagens apresentadas. PALAVRAS-CHAVE: Biodetergente; biossurfactante; biodegrad·vel; Yarrowia lipolytica e Pseudomonas aeruginosa.