Mito e história: a crítica do destino e da mera vida em Walter Benjamin (1916-1925)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza Junior, Adolfo Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=51757
Resumo: Esse trabalho procura entender a radicalidade crítica e política nos textos de juventude de Walter Benjamin. Nos escritos produzidos entre 1916 e 1925, a crítica do mito (Mythos) pela história (Geschichte) é a oposição fundamental que se desenvolve numa crítica da obra de arte e num plano de discussão ética. Nota-se que essa oposição não surge de um autodesdobramento conceitual, mas de uma apresentação filosófica daquilo que se realiza como um processo real imanente de crítica da vida presa à culpa e ao destino – que em Crítica da violência Benjamin chama de mera vida. Em Origem do drama barroco alemão essa oposição aparece na diferenciação das formas literárias da tragédia e do drama barroco. Nesse texto, como em outros que aparentam apenas um ensaio de crítica literária (tal como As Afinidades Eletivas de Goethe), o que faz Benjamin não é uma história da literatura. Tem ele pretensões específicas para esse tipo de fonte histórica. O que ele vê historicamente na literatura é a maneira como o espírito reage à constituição histórica do tempo, o modo de se pôr lingüisticamente frente à consciência desse tempo. É como crítica da mera vida que Benjamin vê positivamente a condição de luto (Trauer) no drama barroco alemão. Um luto que se apresenta na representação repetida da perda da condição de criatura e de uma vida desprovida de sentido último. Diferente da forma trágica, que em sua constituição como cena teatral espacializa o tempo do herói em seu tempo histórico – promovendo o mito numa unidade de tempo na culpa –, o barroco apresenta a espacialização do tempo dentro da obra para ser vista como jogo, espetáculo, diversão (Spiel). No entanto, é sob o estado de exceção que se constrói a cena teatral barroca: uma experiência histórica entregue às leis de ferro do monarca, que Benjamin chama de naturalização da história. Na obra barroca, esse processo faz parte do jogo, da experimentação das possibilidades de uma vida sem leis divinas. Palavras-Chave: Walter Benjamin, Drama Barroco, Mito, História, Mera Vida.