Síntese, caracterização e avaliação do efeito ansiolítico da chalcona sintética (E)-3-(4-(dimetilamino)fenil)-1-(2-hidroxifenil)prop-2-en-1-ona: Uma abordagem in vivo e in sílico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Larissa Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=108975
Resumo: As chalconas são cetonas aromáticas precursoras dos flavonoides e isoflavonoides que ocorrem naturalmente nas plantas das famílias Moraceae, Compositae e Leguminosae. Devido as diversas atividades biológicas associadas a elas, a sua síntese vem sendo bastante estudada e o principal método utilizado é a Reação de Claisen-Schmidt. A pandemia causada pela COVID-19 gerou impactos na saúde mental da população mundial. O transtorno de ansiedade afetou cerca de 44% dos brasileiros nesse período. Os medicamentos disponíveis no mercado para o tratamento dessa doença apresentam uma eficácia variável e efeitos colaterais associados. Na busca por novos fármacos, os ensaios pré-clínicos são essenciais e para isso diversos modelos animais são utilizados. O Zebrafish (Danio rerio) surgiu como uma alternativa por apresentar diversas vantagens e, principalmente, por possuir 76% de homologia genética com os humanos. Este estudo avaliou o potencial ansiolítico da chalcona (E)-3-(4-(dimetilamino)fenil)-1-(2-hidroxifenil)prop-2-en-1-ona (C2OHPDA) e o seu respectivo mecanismo de ação em Zebrafish adulto (ZFa). Além disso, foram feitos estudos in sílico através do docking molecular, da teoria do funcional da densidade (DFT) e do ADME. Cada animal (n=6/grupo) foi tratado intraperitonealmente (i.p.; 20 µL) com a chalcona sintetizada (4, 20 e 40 mg/kg) e com o veículo (DMSO 3%; 20 µL), sendo submetido aos testes de atividade locomotora e toxicidade aguda de 96h. O teste claro/escuro também foi realizado, sendo o mecanismo serotoninérgico (5-HT) avaliado por meio dos antagonistas dos receptores 5-HTR1, 5-HTR2A/2C e 5-HTR3A/3B. Foi investigada a predição da posição e orientação preferencial da chalcona em relação aos receptores, o seu potencial eletrostático molecular, bem como os parâmetros farmacocinéticos (ADME) envolvidos no processo, após a administração. A chalcona C2OHPDA não foi tóxica e reduziu a atividade locomotora do ZFa. Ademais, a chalcona demonstrou efeito ansiolítico sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), mediado pelo sistema serotoninérgico, com ação sobre os receptores 5-HT2A e 5-HTR3A/3B. A interação da chalcona C2OHPDA com os receptores 5-HT2AR e 5-HT3A foi confirmada por estudos de docking molecular e DFT. Por fim, através dos parâmetros ADME avaliados, verificou-se uma provável atuação no SNC, além de um ótimo potencial de biodisponibilidade por via oral e de possivelmente agir inibindo todas as isoformas analisadas do citocromo P-450.