Transgênero: identidade e performatividade de Linn da Quebrada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Maciel, Ikaro Cesar Da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95742
Resumo: Esta pesquisa se atem ao videoclipe BlasFêmea com trilha sonora da música Mulher, de Linn da Quebrada. Nele, o corpo e a fala são elementos do ato de comunicação na construção de sentidos. O movimento que o corpo executa causa um efeito naquilo que é dito, o corpo performatiza a enunciação materializada na voz. Ambos, corpo e atos de fala, estão imbricados de sentidos e são irredutíveis. Tendo em vista, portanto, a complexidade de entender o sujeito de linguagem e partindo do princípio de que as identidades são perfomativas, esta pesquisa investiga a construção da identidade social e da performatividade de Linn da Quebrada. A epistemologia que serve de base é a visão performativa da linguagem de Austin (1964), os estudos de gênero de Judith Butler (2017) e as teorias identitárias de Stuart Hall (2006). Para investigar, teórico-metodologicamente, a letra da música (ato de fala) utilizamos a Análise de Discurso Crítica (ADC), na vertente de Fairclough (2006), e os significados do discurso – acional, representacional e identificacional. Para darmos conta da análise visual, abordamos o videoclipe a partir da Gramática do Design Visual (GDV) de Kress e van Lueewen (2006), segundo os três significados: representacional, interativo e composicional. A análise de dados foi qualitativa, uma vez que se trata de uma interpretação das semioses de um videoclipe. Os resultados apontam para nuances da representação de experiências de vida, crenças e culturas compartilhadas de uma mulher transgênero como forma integrante da construção de sua identidade social - um sujeito consciente de seus atos de fala e de corpo, sendo capaz de utilizá-los como forma de ação política para subverter estruturas de poder cisheteronormativas socialmente impostas. Os significados depreendidos da leitura verbo-visual servem e permitem progredir para uma leitura crítica, não postulando nenhuma regra de como agir, mas validando as inúmeras possibilidades de significar o signo mulher transgênero.