“POR ONDE ANDAM OS COQUEIRAIS?” OS TERRITÓRIOS TENSIONADOS E AS TENSÕES TERRITORIAIS NO ESTADO DO CEARÁ

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: VASCONCELOS, TEREZA SANDRA LOIOLA
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Conflitos territoriais
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87003

<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">O estado do Ceará vem se destacando com as expressivas plantações de coco, atualmente com</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">valor agregado pelas indústrias de produtos derivados que são destinados aos mercados</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mundiais. A dinâmica dessa commodity contribui para alavancar a posição do país no ranking</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mundial, dispondo o Nordeste de 80% das áreas plantadas e colhidas no Brasil, destacando-se</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">a Bahia e o Ceará. Assim, a pesquisa objetiva analisar e discutir as dinâmicas socioespaciais</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">atreladas à expansão desse agronegócio, discutindo a relação deste com os territórios e as</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">territorialidades indígenas e camponesas e compreendendo o embate entre as horizontalidades</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e verticalidades nos municípios de Itapipoca, Itarema, Acaraú, Amontada, Trairi, Paraipaba e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Pentecoste (CE), onde estão 59% do total das áreas plantadas e colhidas com o coco no Ceará.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Desde o final dos anos de 1970, o agronegócio tem se tornado um dos agentes envolvidos no</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">que denominamos “territórios tensionados” e “tensões territoriais”. Nesta pesquisa realizamos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">o seguinte percurso metodológico: levantamento bibliográfico e documental associado aos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">trabalhos de campo. O referencial teórico foi sendo construído com obras pertinentes à</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">temática estudada. A análise de documentos constituiu-se etapa importante, destacando-se: os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">laudos de vistoria técnica dos assentamentos de reforma agrária emitidos pelo Instituto</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA); as leis de irrigação; os pareceres</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">acerca dos colonos do perímetro irrigado Curu-Paraipaba, disponibilizados pela Associação</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">do Distrito de Irrigação Curu-Paraipaba (ADICP); os planos de governo do Ceará de 1987 a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">2014; e os arquivos jornalísticos. Os relatórios disponíveis pela Associação Missão</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Tremembé (AMIT), Comissão Pastoral da Terra (CPT Nacional e Fortaleza) e aqueles</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">organizados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), se revelaram fontes</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">imprescindíveis à pesquisa, associadas às informações obtidas nos Sindicatos dos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) e Sindicatos da Agricultura Familiar</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(SINTRAF). Nos trabalhos de campo realizamos visitas institucionais, diálogos com os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">territórios e comunidades, registros fotográficos e fonográficos, participação em reuniões e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">assembléias, bem como o georreferenciamento para melhor espacializar a realidade estudada,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">possibilitando a aproximação das dinâmicas socioespaciais relacionadas à expansão do</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">agronegócio do coco, evidenciando pari passu as heterogeneidades e possibilidades</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">14</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">divergentes que se despontam. O fortalecimento da relação entre teoria e empiria contribuiu</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">para o desenvolvimento da tese, numa constante relação. Nesse sentido, a utilização da</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">história oral e das memórias coletivas implicou densidade na escrita, relações com a teoria e,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sobretudo, a possibilidade de dar “voz aos territórios” ao considerar os agentes sociais como</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sujeitos de ação envolvidos num todo. Vale destacar que antes da expansão do agronegócio,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">as plantações de coqueiros já floresciam nas pequenas propriedades, contribuindo para o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">desenvolvimento familiar. Assim, entre apropriação e domínio é que proprietários de terra,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">capitalistas, trabalhadores assalariados, bem como os indígenas e camponeses se apropriam</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">distintamente do território, conforme suas diferentes concepções de propriedade e interesses</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de classe, imprimindo “territórios tensionados” e “tensões territoriais”.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">PALAVRAS-CHAVES: Formação e reestruturação socioespacial do Ceará. Agronegócio do</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">coco. Conflitualidades e conflitos. Tensionalidades e tensões territoriais.</span></font></div>