Prospecção e caracterização química da polpa de pitaia vermelha [Hylocereus polyrhizus (Weber) Britton & Rose] e sua ação frente à dislipidemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Holanda, Marcelo Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=99491
Resumo: A pitaia vermelha (Hylocereus polyrhizus) é uma fruta cactácea originária do México, que vem sendo cultivada em solo brasileiro há aproximadamente 20 anos, com perspectivas de aumento da demanda para os próximos anos. Essa importância dar-se pelo fato de essa fruta ser considerada um alimento funcional, apresentando compostos bioativos como a quercetina e as betacianinas, que aumentam a capacidade antioxidante e diminuem o dano causado pelo estresse oxidativo, fornecendo proteção contra esses distúrbios e outras comorbidades associadas. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar quimicamente a pitaia Hylocereus polyrhizus (polpa e semente liofilizadas) quanto aos compostos fitoquímicos por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (UPLC) acoplada a espectrômetro de massas e avaliar o potencial terapêutico da polpa com semente liofilizada no tratamento de camundongos C57BL/6 dislipidêmicos induzidos por dieta. Através da caracterização química, foram elucidados vinte e dois metabólitos, dos quais a maioria estavam presentes na polpa e na semente, principalmente compostos fenólicos, betalaínas e oligossacarídeos. Com relação ao ensaio in vivo, durante o tratamento, foram coletadas amostras de sangue para as determinações de colesterol total (CT), HDL-c, LDL-c, triacilgliceróis (TG), glicemia, aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) e, ao término deste, os animais foram eutanasiados. A administração diária do extrato concentrado de pitaia vermelha elevou HDL e reduziu significativamente os níveis de CT, LDL, TG, glicemia, AST e ALT de camundongos C57BL/6 dislipidêmicos induzidos por dieta, sem alterar significativamente o peso. Além disso, no último dia de tratamento, foram coletadas as fezes de todos os grupos, para extração de metabólitos por Ressonância Magnética Nuclear de Prótons (1H RMN), seguido de análise multivariada de reconhecimento de padrões. O perfil metabolômico realizado através das fezes de todos os grupos apresentou sinais equivalentes para 16 metabólitos pelo escore de importância da variável na projeção (VIP escore), entre eles ácidos biliares, glicerol, valina, leucina, adenosina difosfato (ADP) e uracila. Vale destacar que, as doses mais elevadas de pitaia (200 e 400 mg/kg) induziram ao aumento da concentração de acetona nas fezes, que pode ter sido influenciada pela presença de oligossacarídeos que fornecem função prebiótica e favorecem a colonização de bactérias gram-positivas na microbiota intestinal. Como um alimento funcional, a Hylocereus polyrhizus mostrou-se com potencial terapêutico na dislipidemia, contribuindo para a redução do risco de doenças cardiovasculares, com possibilidades de prevenir a instalação do processo aterosclerótico, sendo promissora para uso biotecnológico como alimento funcional, prebiótico ou nutracêutico, por indústrias farmacêuticas e de alimentos.