Fronteiras de guerra: gestão da Vida e processos de Estado nas fronteiras entre policiais penais e presos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nascimento, Francisco Elionardo De Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=104575
Resumo: Esta tese analisa processos de Estado nas fronteiras entre pessoas presas e policiais penais no fora/dentro das prisões a partir da expansão das facções no Ceará. Tem como locus de observação empírica a Penitenciária Industrial Regional de Sobral (PIRS). Por meio de uma etnografia multissituada (MARCUS, 1995), em que o pesquisador também atua como policial penal, as questões perseguidas nesta pesquisa se dão a partir das mudanças nas políticas criminais e estatais pelos modos de interação produzidos e provocados pelas conexões entre o fora/dentro das prisões. Mudanças justificadas pela “expansão dos coletivos prisionais”, que implica em novas tensões entre os que custodiam e os que são custodiados. Tal fronteira se desdobra em relações de poder e hierarquias estabelecidas no âmbito institucional e/ou entre presos e no cenário de guerra empreendido entre as facções e entre Estado e facções. A implementação de uma rotina disciplinar militarizada nas prisões interferiu diretamente na gestão da vida, dos riscos, das ilegalidades e nas circulações de pessoas, materiais, informações, sentimentos, ideais e, de modo particular, incidiu na conduta de policiais penais e presos diante da contextura de agruras das unidades prisionais, aparecendo como virada política na gestão das prisões cearenses. No esteio das mudanças, processos de Estado são (re)forjados a partir das experiências disciplinares empreendidas formal e informalmente no cotidiano, muitas vezes desprezando as normas, leis e orientações que versam sobre tratamento das pessoas privadas de liberdade.