O negacionismo como estratégia populista no discurso de Bolsonaro sobre a pandemia de covid-19 e seus efeitos hegemônicos em notícias falsas divulgadas na mídia evangélica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barbosa, Waldenia Marcia Da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113479
Resumo: O presente trabalho investiga a construção discursiva do negacionismo em torno da pandemia de covid-19, no primeiro ano do acontecimento, no domínio das práticas político-governamental e religioso-midiáticas brasileiras. Para tanto, toma-se como referencial teórico-metodológico principal a Análise de Discurso Crítica de Norman Fairclough ([1992] 2001; 2003) que orienta um estudo de caráter qualitativo e interpretativista com foco nos significados acional, representacional e identificacional do discurso. Mobilizamos também conceitos de Populismo, Antagonismo e Hegemonia a partir de Laclau e Mouffe (2015 [1985]). O corpus selecionado para a pesquisa inclui pronunciamentos oficiais de Jair Bolsonaro em Cadeia Nacional de Rádio e Televisão durante a crise sanitária de Covid-19 no Brasil e notícias desinformativas (fake news) divulgadas em sites evangélicos sobre temas relativos à pandemia. Entre as principais reflexões desenvolvidas, consideramos que o discurso negacionista promovido pelo Governo Brasileiro e pelas mídias evangélicas durante a pandemia contribuiu para uma má gestão da crise e um excedente de vítimas que poderia ser evitado se houvesse uma mudança discursiva. Esses discursos alinham-se a uma estratégia populista que busca, a partir de uma aproximação com grupos religiosos evangélicos, garantir adesão da classe trabalhadora para as pautas políticas e econômicas da Extrema Direita. Os efeitos hegemônicos do discurso presidencial sobre o discurso midiático-evangélico mostram-se nas escolhas genéricas, argumentativas e modalizadoras dos textos analisados.