A escola em áreas de perímetros irrigados na Região do Baixo Vale do Jaguaribe - CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nunes, Rogerio Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=96148
Resumo: A criação dos perímetros irrigados, como parte do desenvolvimento do agronegócio, modifica o espaço do campo, o que afeta a dinâmica social camponesa, incluindo a escola. Nesse sentido, levantamos a hipótese de que as atividades voltadas para o agronegócio dificultam a execução das políticas públicas voltadas para a educação escolar. Pesquisamos a região do Perímetro Irrigado Tabuleiros de Russas, no Vale do Jaguaribe, estado do Ceará, abordando especificamente o Distrito do Peixe, no município de Russas, onde se localiza a Escola Ciríaco Leandro Maciel, única a atender as comunidades integrantes do referido distrito. Trabalhamos com documentos produzidos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS); com visitas, observações e fotografias da escola; entrevistas com professores, gestores e camponeses da região apontada; além de revisão bibliográfica de pesquisas sobre educação do campo já realizadas no âmbito do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE), pois foram desenvolvidas na mesma região jaguaribana. Dentre tais estudos, citamos os trabalhos de Maia, M. (2017), Oliveira (2016), Oliveira (2017), Silva (2018) e a monografia de Maia, K. (2017). O debate é feito na perspectiva de que a escola, aspecto restrito da educação, é socialmente determinada, pois é constituída como elemento fundado em relação ao trabalho. As análises foram sustentadas especialmente nos trabalhos de Ponce (2001), Santos (2017), Saviani (1999, 2003) e Tonet (2012, 2013) quanto à educação e à escola; de Carvalho (2006) e Ribeiro (2013) quanto à educação do campo; de Fernandes e Welch (2008) e de Martins (1980, 1986) quanto aos sistemas produtivos do agronegócio e do campesinato; além dos trabalhos de Costilla e Nobre (2011), Harvey (2007) e Mendes Segundo (2005) quanto às reformas neoliberais. Os resultados obtidos mostraram que as alterações no espaço da região para atender às demandas do agronegócio afetaram a educação escolar, contribuindo para o fechamento de escolas e os efeitos dele decorrentes, tais como: transporte inadequado e desistência de estudantes, além de prejuízos para a aprendizagem e o trabalho docente, especialmente por conta do aumento do número de alunos por sala e das distâncias para chegar à escola. Todavia, não se trata de simples efeitos secundários da dinâmica do agronegócio, mas sim de uma exigência do modelo de desenvolvimento para o campo. Dessa forma, tal modelo de agronegócio não favorece um bom nível de educação escolar, o que resulta na dificuldade da população em superar a realidade de exploração que vivencia.