Fechamento de escolas rurais do Vale do Jamari no contexto do avanço do agronegócio em Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos Filho, Raimundo José dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217587
Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa sobre as causas do fechamento das escolas multisseriadas do campo no Vale do Jamari, região central do estado de Rondônia, assim como sobre a criação de escolas-polo destinadas a absorver o alunado das escolas fechadas, e teve como fundamento teórico a concepção marxiana de contradição entre os interesses de classes e a agressividade com que o capitalismo se movimenta na busca desenfreada do lucro. O objetivo principal foi o de investigar o processo e as causas do fechamento das escolas multisseriadas do campo no Vale do Jamari, em Rondônia. Como objetivos específicos procurou-se examinar as justificativas do poder público municipal para o fechamento das escolas rurais; investigar a relação entre o fechamento de escolas e o processo de polarização das escolas multisseriadas do campo e; verificar se há relação entre a expansão do agronegócio e o fechamento das escolas multisseriadas do campo. Para fundamentação teórica, foram examinadas algumas passagens de Karl Marx (1996); Karl Marx e Friedrich Engels (2002), além de Roseli S. Caldart (2020); Octávio Ianni (1979, 2019); Arroyo (1982); Vendramini (2011); Correia (2018); Moser (2006); Barreiro (2010); Guimarães (1982); Fonseca e Morais (1999); Relatórios Técnicos Oficiais de Rondônia (2006) e artigos e teses de vários autores. A pesquisa foi empírica, bibliográfica e documental. Foram investigadas as origens da ocupação da terra em Rondônia, em comparação com a ocupação da Amazônia, o desenvolvimento do agronegócio no estado, principalmente relacionado à soja e especificamente no Vale do Jamari, onde essa atividade vem se desenvolvendo de forma crescente. Também foi analisado o desenvolvimento da pecuária e a transformação do campo em área de produção de monoculturas, em detrimento das pequenas propriedades e dos trabalhadores do campo. Examinou-se, ainda, a violência e seu impacto nas condições de vida da população que vive no campo. Dentre os impactos causados pelo avanço do agronegócio, foi verificada a agressão dos agrotóxicos no entorno de uma Escola-Polo que é o núcleo de atendimento de alunos que antes deveriam frequentar escolas multisseriadas nas proximidades de suas moradias, escolas essas que não existem mais. A Escola-Polo corre o risco ser fechada, pois as pequenas propriedades que existiam à sua volta foram ocupadas pelo cultivo da soja, no qual se utiliza agrotóxicos em grande quantidade. A pesquisa examinou também, em dados do IBGE, a redução das populações rurais, o que indica um contínuo deslocamento dos moradores do campo em busca do meio urbano.