Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Martins, Victor Emanuel Pessoa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=66750
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Resumo: |
Este estudo tem por objetivo caracterizar os tipos de criadouros frequentados por Ae. aegypti e Ae. albopictus em Fortaleza, Ceará, bem como isolar, a partir de formas adultas destes culicídeos, sorotipo(s) do(s) vírus dengue, de modo a prover subsídios para o estudo da sua manutenção na natureza em períodos interepidêmicos, ressaltando o papel da transmissão transovariana. Para isso, foram coletadas formas imaturas de Aedes spp nos mais diversos bairros de Fortaleza, no período de janeiro de 2006 a março de 2009, levando-se em consideração diversas características dos criadouros, tais como o bairro procendente, a localização (intradomicílio ou peridomicílio), o tipo de depósito, a presença de cobertura, a turbidez da água, o material constituinte, o volume, a altura em relação ao nível do solo e a presença simultânea de Ae. aegypti e Ae. albopictus no mesmo criadouro. Os mosquitos emergentes foram separados, de acordo com o sexo e a espécie, em 111 lotes, sendo mantidos congelados em ultrafreezer. Foram coletados 4.137 espécimes (3.460 Ae. aegypti / 677 Ae. albopictus) procedentes dos mais diversos bairros de Fortaleza, dos quais 78 (67,2%) apresentaram criadouros para o Ae. aegypti e 82 (70,7%) para o Ae. albopictus. Os tipos de depósitos mais frequentados pelas espécies em estudo foram os tanques, os tambores, as caixas dágua e os potes. Em relação ao material constituinte, destacaram-se aqueles de alvenaria, plástico, barro e metal. Verificou-se que a ausência de turbidez da água foi significativa para a infestação dos criadouros por Ae. aegypti, enquanto que a presença de cobertura e sua localização no imóvel não foram significativas. Com relação aos criadouros do Ae. albopictus, observou-se que a sua localização no peridomicílio é fator que aumenta o risco de infestação por esta espécie. A turbidez da água e a presença de cobertura dos criadouros não demonstraram influência em sua infestação. Nos criadouros onde houve a presença de Ae. aegypti não foram encontrados números significativos de Ae. albopictus, o mesmo sendo observado nos criadouros de Ae. albopictus. O volume dos criadouros infestados por Ae. aegypti teve uma mediana superior àqueles infestados pelo Ae. albopictus, o mesmo podendo ser observado em relação à sua amplitude. Com relação à altura dos criadouros, a mediana daqueles infestados pelo Ae. aegypti foi bem superior a dos infestados por Ae. albopictus. 53 lotes constituídos por fêmeas foram inoculados em culturas de células, dos quais 1 (41 Ae. albopictus) apresentou positividade para o sorotipo DEN-2. Submetidos à extração de RNA viral e à técnica de RT-PCR/nested-PCR, 3 lotes de Ae. albopictus apresentaram positividade para os sorotipos DENV-2 e DENV-3. Nenhum lote de Ae. aegypti revelou positividade para os vírus dengue. Diante do potencial adaptativo do Ae. aegypti e do Ae. albopictus em colonizar os mais variados criadouros no ambiente urbano, faz-se necessário expandir as estratégias de controle dos mosquitos vetores dos vírus dengue. Embora não se tenham casos confirmados na literatura acerca da transmissão dos vírus dengue por populações de Ae. albopictus, em episódios epidêmicos no país, não se pode descartar tal possibilidade, uma vez que cooperam para isso, as relações estabelecidas entre parasita e hospedeiro invertebrado, as quais são regidas, indubitavelmente, pelas variações genéticas existentes entre as cepas virais, bem como entre as populações desse culicídeo circulantes no território nacional. |