“O COCO TÁ NO SANGUE”: A (RE)INVENÇÃO DE UMA TRADIÇÃO EM FLUXOS DANÇANTES POR MULHERES NO CARIRI – CE (1979-2012)

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: FARIAS, CAMILA MOTA
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Dança
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84810

<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Esta pesquisa possui o objetivo de compreender como as mulheres se apropriaram da dança</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">do Coco na região do Cariri Cearense no período que vai de 1979 a 2012. O Coco é uma</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">prática cultural popular de origens afro-indígena que envolve dança, música e poesia, pode ser</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">encontrada em diversas localidades do Nordeste brasileiro. No Estado do Ceará esta dança é</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">desenvolvida no litoral e no sertão, existindo uma maior concentração na zona costeira, onde</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">é vivenciada como dança de homens pescadores. No Cariri, local estudado, revela-se um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Coco de diferença no qual as mulheres emergiram, a partir de 1979, como sujeitos produtores</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">desta prática cultural. A escolha da região, portanto, como espaço para este estudo decorreu</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">das especificidades identificadas na dança produzida no local. O Cariri é uma das quatorze</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">regiões que constituem o Ceará, possui 28 municípios e localiza-se no sertão do Estado, os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sujeitos desta pesquisa habitam os municípios do Crato e de Juazeiro do Norte. Visando</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">investigar as produções poéticas destas mulheres, realizou-se um trabalho de campo, baseado</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">em observação participante, assim como a elaboração de entrevistas, através da Metodologia</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">da História Oral, com as coquistas, os tocadores e com agentes externos. Neste sentido, a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">pesquisa se sustenta a partir do cotejamento de fontes orais, das produções musicais dos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sujeitos, de periódicos, de audiovisuais, entre outras. A investigação permitiu identificar que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">os Cocos na região remetem a um “outro tempo” no qual era praticado, principalmente, por</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">homens, acompanhando o labor do feitio das casas ou da agricultura. Desde 1979 as mulheres</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">tornaram-se “guardiãs desta tradição cultural”, apropriando-se da dança em contextos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">marcados por políticas públicas culturais, através de uma (re)invenção destes cantos dançados</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">por processos de ressignificação cultural – introduziram novos instrumentos, criaram</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">modalidades, envolveram outros sujeitos, promoveram reposicionamentos de gênero no Coco</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e produziram diferentes significados para o dançar/cantar Coco, o que interfere em suas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">construções identitárias. Destarte, concluímos que ao se apropriarem da prática cultural as</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mulheres (re)inventam uma tradição em fluxos dançantes, resultado de um movimento</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">simbiótico que envolve arte e vida, conflitos e resistências. Assim, percebemos que a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">emergência das mulheres nos Cocos manifesta a dinamicidade de uma tradição popular que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">entre permanências e mudanças, tradição e espetáculo, (re)faz-se em produções de fluxos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sígnicos que revelam a arte/vida de sujeitos femininos em processos criativos específicos.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Dança do Coco. Tradição. Fluxos Dançantes.</span></font></div>