A “alt-right” brasileira e o Supremo Tribunal Federal: uma análise do discurso de ataques à suprema corte pela mídia alternativa iliberal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pimenta, Camila Arraes De Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113055
Resumo: A mídia alternativa brasileira teve um crescimento nos últimos anos com o advento das redes sociais. Houve uma inovação no formato de comunicação que foi além do espaço ocupado pela mídia tradicional. Neste aspecto, o Youtube foi criado em 2005 e rapidamente se tornou uma das mais influentes plataformas da internet. Com conteúdo diversificado, não convencional, este espaço garantiu a sensação de liberdade aos seus usuários, democratizou o conteúdo e possibilitou que virasse geração de renda por meio da monetização de canais. Essa alternativa criou uma habilitação profissional que foram os influencers. Estes passaram a produzir material dos mais diversos campos. A direita radical utilizou esse meio como instrumento contra hegemônico e foi nesse entorno que surgiram discursos para descredibilizar a mídia tradicional e instituições típicas das democracias liberais, como o Judiciário. Assim, a discussão em torno do Supremo Tribunal Federal teve destaque em um momento de ampliação da polarização no país. Os canais Terça Livre, Te atualizei e Vista Pátria são exemplos de mídias que produziram diversos vídeos incentivando alguns ataques à Suprema Corte. Eles foram selecionados por estarem envolvidos em investigações judiciais relacionadas aos atos antidemocráticos, propagação de fake news ou formação de milicias digitais; estarem listados como principais mídias do governo à época e/ou constarem como investigados na CPMI das Fake News. O discurso que proferiram leva a crer que os canais causaram alguma interferência no regular funcionamento institucional da Corte. Por meio da análise de discurso crítica as categorias pelas quais os canais costumam designar a Corte foram verificadas. O recorte temporal abrangeu o intervalo temporal entre 2016 e 2021, tendo em vista que no primeiro ano foram identificadas manifestações populares contra a Suprema Corte e, em 2021, houve o encerramento do inquérito dos atos antidemocráticos, que se tornou público. As principais decisões proferidas durante a gestão governamental de direita radical foram analisadas para que ocorresse a verificação do questionamento principal desta tese sobre a ruptura da normalidade institucional no país. Assim, a Suprema Corte utilizou-se da democracia defensiva a fim de que o Estado Democrático de Direito se preservasse diante dos ataques proferidos pela direita radical que teve a mídia alternativa como integrante de um sistema antidemocrático.