Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ximenes Neto, Antonio Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=96270
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Resumo: |
<div>Os sistemas deposicionais misto na costa são favorecidos pelo intercâmbio morfosedimentar com a plataforma rasa em associação com as flutuações do nível do mar, fisiografia costeira e suprimento sedimentar. Sendo assim, verifica-se que a continuidade lateral destes sistemas pode ser interrompida devido à própria conformação da planície litorânea e consequente desenvolvimento de sistemas siliciclásticos. Desta forma, este trabalho objetivou analisar os indicadores geológico-geomorfológicos de variação do nível do mar em sistemas deposicionais misto (siliciclástico-carbonático), a partir de realização de testemunhagens, análise de seções geológicas/trincheiras, coletas sedimentares superficiais e controle geocronológico (luminescência opticamente estimulada - LOE e carbono 14 C14). Um nítido perfil transversal de depósitos associados às flutuações do nível do mar no Holoceno foi observado entre a linha de paleofalésia e a moderna linha de costa, sendo que na parte central deste perfil podem ocorrer sistemas de barreiras costeiras/lagunas, sistemas de beachridges/foredunes e/ou padrões dunares diversos. Destaca-se que 15 indicadores morfológicos de variação do nível do mar na Costa do Ceará foram evidenciados, sendo que a precisão espaço-temporal destes são bem analisadas apenas se associados aos indicadores estratigráficos/sedimentares (LOE e C14). Nesta associação morfoestratigráfica se destacam os sistemas de barreiras-lagunas de Itarema, de beachridges/foredunes de Icapuí e os beachrocks de Jericoacoara e Itapagé. A partir destes foi possível verificar a formação de três unidades deposicionais: uma de natureza siliciclástica (representada pelos depósitos fluviais depositados no glacial de Wisconsin entre o Estágio Isotópico Marinho - EIM 3 e transição do EIM2 para o EIM1, padrão de empilhamento de alta amalgamação AA) e dois de natureza mista siliciclástica-carbonática depositados entre o Holoceno Médio e Tardio (representados principalmente pelo Trato de Sistema de Mar Alto TSMA, pois o Trato de Sistema Transgressivo foi nitidamente observado apenas no setor offshore as barreiras-lagunas de Itarema). Um fato que justifica a grande presença de sedimentação bioclástica na costa formando padrões mistos siliciclástico-carbonático se deve a associação entre a fisiografia da planície costeira e plataforma rasa, pois devido à baixa declividade favorece a interação de sedimentação entre os ambientes. Os padrões bioclásticos x siliciclásticos na plataforma rasa são similares aos identificados na costa, a única diferença são as proporções, pois no ambiente marinho se verifica a moderna contribuição de material carbonático. Destaca-se que a costa do Ceará apresentou assim como na curva do Rio Grande do Norte (Caldas et al., 2006) e do Leste brasileiro (Angulo et al., 2006) a presença de nível de mar alto no Holoceno Médio e posterior tendência de rebaixamento até atingir a cota recente. A presença de espessos depósitos mistos referentes ao TSMA com sedimentação coeva associada aos maiores teores de carbonato em direção a bacia demonstra que a formação das barreiras-lagunas e beachridges/foredunes foram originadas no Holoceno Tardio favorecido pela tendência de queda do nível do mar. Enfatiza-se que a relação suprimento sedimentar x variação do nível de base apresentou um papel fundamental para o desenvolvimento dos padrões de empilhamento progradacionais e agradacionais em uma tendência de pequena queda do nível do mar (dezenas de cm a pouco mais de 1m). No entanto, evidencia-se a tendência moderna retrogradacional, como visto no sistema de barreira-laguna de Itarema.</div><div><br/></div><div>Palavras-chave: Sedimentação Mista. Variação do Nível Mar Holocênico. Interação Sedimentar.<br/></div> |