Evolução e geomorfologia do cânion do São Francisco e do talude adjacente, com base em dados de batimetria multifeixe
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
em Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33266 |
Resumo: | Cânions submarinos são encontrados nas margens continentais de todo o mundo, e atuam como principais condutos de sedimentos para o oceano profundo. A sua origem é atribuída a muitas causas, com destaque para movimentos de massa, variações do nível do mar e correntes de turbidez. Apenas 2,6 % desses vales exibem direta conexão com sistema fluvial, e a maioria deles estão em margens ativas. O Cânion do São Francisco (CSF), localizado na região nordeste do Brasil, está diretamente associado ao delta homônimo. A clinoforma deltaica prograda atualmente sobre a cabeceira do cânion. Neste trabalho é apresentado uma caracterização detalhada do Cânion do São Francisco (CSF) e do talude adjacente, com base em dados de batimetria multifeixe coletados na região. Dados de sísmica 3D na cabeceira do cânion foram utilizados, ajudando a entender a formação e evolução do cânion, além de sua ligação com o rio São Francisco, que aparentemente ocorre independentemente do momento de nível do mar. Diversas estruturas foram mapeadas na região: sete cânions principais, sendo o maior o do São Francisco; um paleocânion do CSF; canais tributários; ravinas; cut-offs; desmoronamenots; mounds e pockmarks. A porção superior do CSF possui a maior declividade e é retilíneo. O segmento médio apresenta uma geometria sinuosa, com muitos cutoffs, além de terraços e diques marginais bordejando o talvegue do cânion. O cânion moderno do São Francisco está implantado sobre antigos cânions já preenchidos e representa um episódio de re-incisão, talvez associado a abaixamento do nível do mar desde o nível de mar alto do Mioceno Médio, ou no momento em que o rio São Francisco passou a desaguar na região. A agradação/progradação carbonática na plataforma externa ajudou na criação de depressão ao redor da cabeceira do cânion, que por sua vez é importante para canalização de sedimento para o vale. Os demais cânions vizinhos ao CSF formaram-se e se desenvolveram a partir de processos de instabilidade e deslizamentos no talude e exibem diferentes estágios de erosão regressiva, com a maioria deles confinados no talude. O CSF é o que apresenta a menor declividade média e o único cânion sinuoso, devido sua relação com um sistema fluvial. O paleocânion exibe similaridades morfológicas com o cânion atual (sinuosidade e declividade) e está situado a sul do cânion ativo. Sua existência aponta para uma mudança no canal principal por um processo de avulsão. Os pockmarks e mounds interpretados como estruturas de escape de gás e recifes de água profunda respectivamente, se concentram principalmente na porção nordeste da região de estudo. As correntes de contorno que atuam na região aparentam controlar desenvolvimento e distribuição dos mounds e pockmarks, como também na maturidade dos cânions submarinos no talude continental. |