A proposta de educação do Banco Mundial para o Brasil na década de 1990: melhoria da qualidade, necessidade econômica?: o caso do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silva, Magda Lima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=24341
Resumo: Esta dissertação analisa a natureza da proposta de educação do Banco Mundial para o Brasil na década de 1990 tendo como base analítica dois fatores que permeiam as políticas educacionais na atualidade: os indicadores econômicos e o discurso da qualidade. Os sistemas educacionais nos países capitalistas e, em especial naqueles em desenvolvimento, sofrem interferências diretas das políticas mercadológicas no atual processo de abertura econômica internacional. Fato único à realidade brasileira se levarmos em conta a dimensão assumida dessas interferências pelo Banco Mundial às políticas educacionais, neste caso em particular no Estado do Ceará. Fica claro após as pesquisas realizadas para elaboração do presente ensaio, que o Estado do Ceará tem seguido fielmente as proposições do Banco Mundial e por conseguinte, incorporado o discurso que legitima a sobreposição dos interesses econômicos às diretrizes educacionais. A legitimação acontece por meio da propalação de alguns objetivos a serem buscados por toda a sociedade cearense no âmbito educacional, sendo eles: universalização, acesso, equidade e qualidade do ensino. A conquista destes objetivos está condicionada a uma transformação mais profunda e densa nas diferentes esferas da sociedade, a qual iniciou-se com a adoção de novos critérios junto a capacidade governativa sugerida pelo Banco Mundial aos países em desenvolvimento e dependentes economicamente de organismos financeiros internacionais. Após análise em torno das diretrizes e programas implementados à educação na década do noventa, bem como, o estudo de uma vasta bibliografia que discute tais ações, ficam evidenciadas duas tendênciais inerentes a natureza das políticas educacionais do Banco Mundial para o Brasil, em especial o Ceará, a saber: propostas educacionais homogêneas às diferentes realidades socioeconômicas e resignação local na execução das políticas e, um processo de ensino-aprendizagem não mais comprometido com o saber como instrumento de reflexão e transformação, mas sim com a lógica econômica, com uma qualidade subjugada a produção e não mais ao pedagógico.