Implementação do diagnóstico laboratorial de rejeição mediada por anticorpo no pós transplante cardíaco pediátrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Maia, Isabel Cristina Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=97121
Resumo: <div>O transplante cardíaco é a opção terapêutica de escolha para as cardiomiopatias refratárias à terapêutica convencional e para as cardiopatias congênitas complexas cujas possibilidades cirúrgicas já foram esgotadas. A rejeição ainda é um dos principais fatores que limitam o sucesso dessa terapêutica. Dentre os tipos de rejeição, destaca-se a rejeição mediada por anticorpo (AMR) por associar-se com maior frequência a quadros clínicos graves com disfunção do enxerto. Devido ao número escasso de estudos na faixa etária pediátrica, o diagnóstico de AMR ainda não está padronizado neste grupo de pacientes. O presente trabalho tem como objetivo construir uma proposta de implementação do diagnóstico laboratorial de rejeição mediada por anticorpo (AMR) após o transplante cardíaco pediátrico. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura em AMR cuja coleta de artigos foi feita através da estratégia de busca: heart transplantion AND child AND graft rejection AND antibodies AND diagnose nas bases de dados Cochrane Library, Medical literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine/PubMed) e EMBASE (Excerpta Medica dataBASE). Como resultado da pesquisa foram selecionados 09 artigos que preencheram os critérios de inclusão. O número total de pacientes em todos os estudos foi de 2441 com predomínio do sexo masculino e faixa etária desde o período neonatal até 20 anos. Das indicações do transplante, a cardiopatia congênita variou de 39 a 66% e as cardiomiopatias de 34 a 61% e a incidência de AMR variou de 6 a 59%. Não identificamos o sexo feminino como fator de risco para AMR, provavelmente por tratar-se de estudos em crianças em que a possibilidade de gravidez é mínima. A sensibilização confirmou-se como fator de risco para AMR apenas no estudo de Thrush et al, provavelmente por ter uma população maior sendo possível de demonstrar relevância estatística, o que não ocorreu nos outros estudos. O diagnóstico de cardiopatia congênita como causa do transplante foi analisado como fator de risco para AMR em 6 dos 9 estudos analisados e mostrou -se com uma tendência a ser mais prevalente no grupo de pacientes com AMR. O uso de assistência circulatória foi apresentado nos estudos a partir de 2015 estando mais presente no grupo de pacientes com AMR porém não mostrou-se estatísticamente relevante provavelmente também devido ao N de pacientes. Dentre os desfechos relacionados a AMR, apenas em dois estudos conseguimos fazer relação entre perda do enxerto e AMR. A doença vascular do enxerto apareceu em 5 dos 9 estudos com incidência variando de 19 a 55% no grupo de pacientes com AMR, e a incidência de óbitos foi descrita em 5 estudos com percentagem de 23 a 43% nos pacientes com AMR. Após a revisão sistemática foram elencadas variáveis através das quais foi proposto a implementação do diagnóstico de AMR no pós-transplante cardíaco pediátrico e construídas duas tabelas contendo critérios histológicos e imunopatológicos para o diagnóstico de AMR, com seus respectivos métodos laboratoriais, além das indicações e intervalo de tempo para realização das biópsias endomiocárdicas. Seguindo as orientações do consenso da ISHLT de 2010, corroboradas com os protocolos usados nos estudos que foram analisados na revisão sistemática, estamos propondo realizar em todas as biópsias avaliação histológica para AMR, imunohistoquímica mais frequente no primeiro ano após o transplante e quando houver suspeita de AMR. Propomos ainda que a imunohistoquímica seja pareada com a pesquisa de anticorpos DSA circulantes. <br/></div><div><br/></div><div>Palavras-chave: Transplante de coração. Criança. Rejeição de enxerto. Anticorpos.<br/></div>