Segurança do paciente: principais estudos, frequência, típos e custos dos eventos adversos em hospitais do Ceará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Sebastiana Shirley De Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113586
Resumo: Os Eventos Adversos (EA) com danos ao paciente prolongam consideravelmente o tempo de internação para tratamento em decorrência das suas complicações, com isso, aumentam os gastos na tratativa dos danos causados aos pacientes, membros familiares, sistemas e serviços de saúde. Podem ocasionar, também, sequelas permanentes ao paciente e até óbitos, com sérias consequências em judicialização, com indenizações às famílias, pacientes e vítimas por instituições públicas e privadas, constituindo um problema econômico social e profissional. Realizou-se Revisão de Escopo sobre consequências econômico dos EA, análise situacional da frequência por tipo de EA, e estimativa dos custos dos EA graves em cinco hospitais de referência terciária sob regulação e gestão da Secretaria da Saúde do Estado do Ceara (SESA), Nordeste do Brasil no período 2016-2022. O período do estudo corresponde ao inico dos registros encontrados no NOTIVISA da SESA que marca o ano de 2016, e final 2022 que corresponde ao ano anterior à coenclusão dessa tese. Efetivou-se Revisão de Escopo mapeando na literatura estudos orientados pela pergunta: quais as evidências sobre os custos financeiros dos danos dos EA ocorridos em hospitais brasileiros durante a assistência à saúde? Procedeu-se a busca em estudos na litaratura cientifica e cinza rastreando as evidências conceituais do tema e seguindo-se o protocolo PRISMA-ScR. A pesquisa sobre frequência por tipologia de EA utilizou como fonte de dados para análise situacional, o Sistemas de Informações em Saúde (SIS) sobre Notificações de Vigilância Sanitária (NOTIVISA). Definiram-se as seguintes variáveis por hospitais do estudo: tipos EA, tipos dos danos, dignóstico de base que gerou a internação, dias de permanência do paciente de acordo com o grupo de doença segundo Código Intenacional de Doença (CID-10). Destacou-se os EA graves para càlculos dos custos, pois, estes prolongam o tempo de internação e consequentemente aumanta os gastos na sua tratativa. Para mesuração dos custos dos EA graves ocorridos no periodo nos hospitais do estudo, recorreu-se ao Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), nesse, adquiriu-se o quantitativo das internações em igual período por hospitais do estudo, e também, demandou-se pela Média de Permanência (MP) da série histórica de Valor Pago (VP) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo (CID-10) para cada grupo de causa por internação. Procedeu-se à estimativa dos custos, considerando os dias de permanência estipulada pelo SUS por grupo de (CID-10) somando-se (16,4) dias a mais de permanência na ocorrência do EA grave. No Sistema Integrado de Custo em Saúde (SICS/WEB) da SESA, verificou-se o Custo Unitário Final (CUF) por hospital, com média dos custos e atualização monetária pelo Índice Geral de Preço do Mercado (IGPM) referente ao ano de 2022. Os resultados encontram-se sintetizados em três capítulos originando três manuscritos para submissão como artigo científico: Capítulo 1. Revisão de Escopo sobre consequências econômicos dos EAs em hospitais no Ceara, Brasil. Capitulo 2. Frequência por tipologia dos EA notificaados em hospitais do estado do Ceara, Brasil e Capítulo 3. Economia da Saúde: Estimativa dos custos e gastos dos EA graves em hospitais de um Estado Brasileiro. Os resultados mostram no capitulo da Revisão de Escopo que vinte e dois trabalhos compuseram a mostra da revisão. Em relação ao tipo de publicação, esta se configurou em artigos científicos e literatura cinza. Emergiram com maior frequência na nuvem de palavras de utilizando o programa IRaMuTeQ as seguintes expressões: infecção, queda, medicamentos, assistência e perda. Conclusão. A revisão revelou o mapeamento das principais evidências sobre EA no Brasil, além de realizar apontamentos para corrigir a carência de informações sobre os custos do EA e inserir estratégias de redução. A revisão efetivada demosnstrou ser o primeiro mapeamento realizado sobre custo dos EA na assitência hospitalar no Brasil. No Capitulo 2 encontraram-se 5.406 EA notificados no periodo 2016-2022 nos hospitais do estudo, destes, ocorreram (538) sem nenhum dano, (4.117) com danos leves, (676) com danos moderados e, (75) com danos graves. Quando verificado a proporcionalidade entre as internações e ocorrência de EA, têm-se que das 492.393 internações nos cinco hospitais no período, foram notificados 5.406 EA no NOTIVISA/SESA, com porporcionalidade de 1,06% de ocorrências de EA por internações. Observa-se uma série histórica de notificações ascendente ao passar dos anos desde 2016, principalmente nos três últimos anos do estudo (2020, 2021 e 2022). Quanto a tipologia dos EA obteve-se as seguintes médias anuais por EA: 76,86 para os EA sem danos, 588,14 para EA leve, 96,57 para EA com danos moderados e média anual de 10,71 para os EA graves. Dentre os EA que acontecem com maior frequência destacam-se em ordem decrescentes: lesão por pressão (64,26), queda (14,26), falha durante assistência (12,5). Quanto aos gastos e valores repassados aos hospitais os custos para os eventos graves, quando aplicados ao Indice Geral Preço de Preço do Mercado (IGPM) na média anual de 2022, obtêm-se que os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para repasse aos hospitais são significativamente inferiores aos gastos reais, quando acontece um EA grave, que prolonga os dias de permanência hospitalar.