Natureza, geologia, aquíferos, expansão capitalista do campo e as implicações no território em São João do Jaguaribe-Ce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pinheiro, Antonio Flavio Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=116740
Resumo: Esta tese discute e dilucida as águas e a dinâmica socioeconômica e ambiental do município São João do Jaguaribe, no Ceará, com área de 280,44 km², localizado na região do Médio/Baixo Jaguaribe, com ênfase nas águas subterrâneas, na interface com a geologia, a hidrogeologia e o processo de intensificação da modernização capitalista nesse município a partir da década de 1970. A pesquisa foi desenvolvida com estudos de campo e de laboratório entre o primeiro semestre de 2019 e o segundo semestre de 2022. Apresenta-se o mapeamento geológico realizado in situ, com 1.207 km², com a identificação e sistematização das unidades geológicas: Complexo Jaguaretama, Formação Faceira, Aluvião do rio Jaguaribe, Suíte Granítica Milonitizada Serra do Deserto, Suíte Granítica Itaporanga e Formação Açu. Também foi realizado o mapeamento hidrogeológico, com explanação sobre os aquíferos, além da coleta de águas para análises físico-químicas (58 amostras), de agrotóxicos (sete amostras) e de bacteriologia (13 amostras). Foram mapeados 838 poços no aquífero aluvionar do rio Jaguaribe, 15 no cristalino e 13 na Formação Açu. Os poços foram sistematizados em cacimbões, mistos tubulares. No aquífero freático, a profundidade média é de 8,72 m, o nível estático apresenta 4,30 m, a coluna de água tem de 4,30 m e a altura da coluna de água possui uma média de 4,45 m. Os sete poços controlados e monitorados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) não apresentam evidências de contaminação que ultrapassem os valores máximos permitidos, conforme estabelecido pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021; CONAMA 396/2008; CONAMA 357/2005. Das 13 amostras analisadas para bacteriologia, sete são de poços controlados e monitorados pelo SAAE. Dentre essas amostras, quatro apresentam coliformes fecais, enquanto três não apresentaram contaminação. Quanto à presença de Escherichia Coli, apenas uma amostra de poço do SAAE apresentou contaminação acima do limite permitido. Nas análises físico-químicas foram considerados sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloreto, sulfato, bicarbonato, potencial hidrogeniônico, sólidos totais dissolvidos, condutividade elétrica, dureza total, alcalinidade total, amônia, nitrito, nitrato, fluoreto, ferro total e turbidez. A maioria das amostras está dentro dos valores permitidos pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, com anomalias marcantes no parâmetro de ferro total, cloreto e turbidez. Constatou-se que as águas cloretadas sódicas predominam, com 22 amostras, enquanto as bicarbonatadas sódicas correspondem a 21 amostras. Das 56,90% amostras analisadas são classificadas como “C2 – S1”, 17,24% apresentam classificação “C3 – S1”, 12,07% apresentam classificação “C3 – S2”. O decurso modernizante, embora tenha favorecido uma maior explotação das águas de superfície e subterrâneas, com maiores vazões e produtividade econômica, não beneficiou as pequenas e médias atividades agrícolas, caracterizadas por pomares, que foram definhando. Além disso, aumentou a contaminação promoveu a quebra metabólica das famílias produtoras com a terra. Não há, portanto, sustentabilidade socioeconômica e ambiental nesse sistema produtor de mercadorias, sendo necessária a construção de um pensamento, de práticas de resistências e de transcendência, com vistas à superação desse sistema que aniquila a natureza e os seres humanos. Palavras chave: aquíferos; potabilidade; tecnologia; natureza; emancipação.