Território em conflito: uma análise a partir da expansão da agricultura capitalista em Campos Lindos, Tocantins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Teles, L. W. N.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28042023-185247/
Resumo: A agricultura brasileira é historicamente marcada por tensões e conflitos. Houve ao longo dos séculos a ideia de pensar e implantar um modelo baseado em \"modernização\" como forma de suplantar a agricultura camponesa. Nesta ceara o Estado têm sido o incentivador, financiador e o elaborador de políticas desenvolvimentistas que buscam fomentar uma produção agrícola que renega a existência de sujeitos que vivem da/na terra em outra lógica produtiva. Essa politica de Estado trava embates, tensões e conflitos que envolvem grandes proprietários de terras (produtores capitalistas), camponeses, indígenas e comunidades tradicionais. Esses conflitos são desencadeados por envolver distintos modos de produção de vida, marcando o destino dos diversos sujeitos envolvidos. No estado do Tocantins, a lógica desenvolvimentista no campo pode ser observada através da análise dos diversos projetos agrícolas que foram implantados no Estado. Nesta pesquisa, a análise se debruça na implantação de um modelo de agricultura capitalista, em que o Estado é o planejador e executor de um projeto de expansão do modelo capitalista de produção agrícola no município de Campos Lindos. Nesse sentido, a pesquisa tem como principal objetivo analisar o quadro de conflitos e tensões, a partir da implementação do Projeto de produção de grãos no município de Campos Lindos (Projeto Campos Lindos). Diante do processo de modernização da agricultura, ou seja, a articulação de uma agricultura, que na concepção dos planejadores, seria capaz de abandonar a \"agricultura da pobreza e/ou do atraso\". Para tanto, optou-se pelo recorte epistemológico da dialética materialista, como ponto de partida para entender as contradições ao longo da pesquisa, a partir de um conjunto teórico-metodológico de conceitos, teorias e método que explicassem os conflitos e tensões diante do avanço da agricultura capitalista sobre o campesinato na Serra do Centro, em Campos Lindos. Foram utilizadas as técnicas de revisão de literatura, análise documental, pesquisa de campo e entrevistas. Como sujeitos da pesquisa têm-se os camponeses que foram expropriados de suas terras, camponeses titulados, o Ministério Público Federal que vem atuando no imbróglio jurídico que envolve o projeto desde a sua implantação, além do secretário municipal de agricultura de Campos Lindos. Os resultados da pesquisa indicam que o avanço da agricultura capitalista, desencadeado pela implantação do Projeto Agrícola Campos Lindos, tencionou conflitos e embates entre a agricultura capitalista e a agricultores camponeses que ali viviam há muito tempo. Nessa perspectiva, os sujeitos da agricultura camponesa foram invisibilizados do processo de planejamento do Estado, assim, relegados a própria sorte.