Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pequeno, Letícia Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84262
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Resumo: |
No dia 12 de novembro de 2015, 11 pessoas foram assassinadas na região da Grande Messejana, na cidade de Fortaleza/CE. Entre as vítimas, verifica-se um perfil: adolescentes (15-19 anos), moradores de periferia e negros. Diante desse evento crítico e das diversas atitudes ou formas de ―enfrentar‖ tamanha violência por parte das mães desses adolescentes, almejou-se neste estudo investigar de que modo as mães têm enfrentado o homicídio de seus filhos, interessando saber do que as mesmas se apropriam para viver e para sobreviver diante desses assassinatos. Dessa maneira, buscou-se conhecer as transformações que ocorreram na vida dessas mães, apresentando também os relatos sobre o que ocorreu no dia da chacina. Nesse contexto, a preocupação foi com o lugar da mãe, o seu papel social. Argumentou-se sobre a relação que se estabelece entre a polícia e o estado de exceção, considerado paradigma de governo dominante no Brasil. Dessa forma, coube reforçar que, em configurações de estado de exceção na contemporaneidade, vidas de adolescentes são vidas nuas, vidas sacrificáveis, vidas que podem ser eliminadas todos os dias. Adotou-se a abordagem de pesquisa qualitativa, voltada para a compreensão de processos subjetivos desses sujeitos através de seus discursos, costumes e tradições. Utilizou-se as técnicas: levantamento bibliográfico e documental, observação simples e entrevistas com as mães dos adolescentes assassinados. Ademais, foi revelado como elas encaram o fato dos adolescentes terem sofrido violência letal pela ação de agentes do Estado. Os resultados obtidos aduzem para a seguinte conjuntura: após o assassinato dos adolescentes, as mães relatam adoecimento mental, alterações no cotidiano e na forma de viver a vida. Como também demonstraram ter desenvolvido capacidades de resistências plurais, movimentando-se em atos públicos, eventos acadêmicos, além de firmarem parcerias com movimentos sociais e com partidos políticos. Destarte, este estudo permitiu apontar aspectos extremamente relevantes da realidade das mães que estão em condição de sofrimento por circunstâncias de violências, servindo também para alertar sobre as múltiplas violações e vulnerabilidades pelas quais esses sujeitos sobrevivem. Nesse sentido, houve a intenção de dar visibilidade à violência letal e precoce que atinge a trajetória de vida de adolescentes cearenses. Em suma, pretendeu-se revelar às formas de enfrentamento e às formas de viver das mães que perderam seus filhos nessa condição. Conclui-se que as mães passaram a ter um status de vítimas e de protagonistas, que se movimentam em diferentes direções. Esses recursos de resistências foram sendo construídos em condições diversas e adversas, revelando que não é uniforme e heterogêneo a forma de resistir. Por fim, as descobertas desses trajetos que essas mulheres percorreram viabilizaram articular como elas estão fazendo o movimento diante do contexto de capitalismo atual, de retrocessos de direitos, que vão incidindo em suas lutas. <div>Palavras-chave: Estado de Exceção. Violência Policial. Maternidade.</div> |