A infância e os impactos do distanciamento social: memória pré-pandêmica e saúde emocional da criança com o retorno à escolarização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Maria Diana Bruno Dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=116921
Resumo: A pandemia causada pela COVID-19 implicou em impactos no bem-estar psicológico de crianças escolares, especialmente devido ao isolamento social prolongado. Logo, objetivou-se identificar os impactos nos processos psicológicos básicos de memória, atenção e percepção da situação escolar a partir do pós-pandemia, em crianças durante o distanciamento físico prolongado que têm uma memória pré-pandêmica do âmbito escolar. Pesquisa de abordagem qualitativa com uma proposta que decorre da relevância em trazer uma realidade contemporânea experienciada no cotidiano da professora autora lidando com crianças que atravessaram rupturas na transição desafiadora da educação infantil para o ensino fundamental anos iniciais na convivência do isolamento físico ampliado no período pandêmico. O percurso metodológico deu-se por meio de um relato de experiência da professora autora ampliado aos fundamentos teóricos, uma pesquisa teórica com a ilustração enriquecedora das narrativas das crianças na roda de conversa com a professora no retorno ao pós-pandemia. A pesquisa descritiva fundamentada na literatura científica e demonstração da experiência ocorrida com a troca de vivências na roda de conversa, no chão da sala de aula da escola pública. Por fim, realizou-se uma revisão de escopo para mapear acerca do bem-estar de crianças escolares pós-pandemia. O relato de experiência considerou a criança como agente ativo que deve ser ouvida acerca da sua percepção sobre a escola, um espaço não reconhecido devido ao isolamento, de modo a propiciar novos processos pedagógicos a fim de amenizar a sensação de não pertencimento a esse ambiente. O estudo reflexivo à luz de Vygotsky contribuiu na compreensão dos impactos psicossociais no retorno à escola após o isolamento, demonstrando que foi um período marcado por sentimentos como medos, incertezas, dores, feridas e agruras, o que aponta a necessidade de estratégias para oferecer apoio e inclusão, como promoção da saúde mental, competências socioemocionais, a criação de espaços de aprendizado seguros, valorização da diversidade cultural. A revisão de escopo identificou 4 artigos que trouxeram os impactos da pandemia no bem-estar psicológico de crianças no retorno à escola. Além disso, evidenciou-se associação entre a saúde mental parental e infantil, o que requer uma readequação dos ambientes escolares em colaboração com serviços sociais especializados para mitigar os efeitos do isolamento. Conclui-se que foi possível identificar os impactos da pandemia e do isolamento social prolongado no bem-estar psicológico de crianças escolares, trazendo, assim, maior compreensão do fenômeno.