Atividades biológicas dos extratos de látex e folhas de cryptostegia madagascariensis bojer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Melo, Ana Cristina Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105900
Resumo: A invasão por espécies exóticas é a segunda maior causa da perda de biodiversidade. No Brasil, a introdução de espécies exóticas iniciou no período da colonização portuguesa com diferentes finalidades. Na Caatinga, as invasões biológicas por espécies vegetais têm impactado diretamente a estrutura da vegetação natural, um exemplo é a Cryptostegia madagascariensis Bojer, (Apocynaceae) trepadeira, é um arbusto lactífero tóxico para mamíferos, originária de Madagascar, mas com ampla distribuição, tem afetado a sobrevivência da palmeira endêmica Corpenicia prunifera (Miller H. E. Moore), carnaúba. Apesar de ser uma exótica invasora, C. madagascariensis tem demonstrado possuir diferentes aplicabilidades. Deste modo, objetivou avaliar as atividades biológicas dos extratos de látex e folhas da Cryptostegia madagascariensis Bojer a fim de detectar o seu potencial antioxidante, antiacetilcolinesterase, antifúngica, larvicida, antinociceptivo e toxicidade. Para isso, com o látex foram produzidas duas frações, denominadas de hexânica e etanólica. Após a realização dos testes biológicos, a fração hexânica do látex foi transmetilada e submetida as análises em Ressonância Magnética Nuclear (RMN). Enquanto que, a fração etanólica do látex e os extratos das folhas foram conduzidos para a análise em Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (HPLC). Os resultados exibiram que a fração hexânica apresentou atividade antioxidante, antiacetilcolinesterase (CI50 de 83.46 ± 0.13 a 17. 68 ± 0.27 μg mL -1) e antifúngica (CIMs de 78.1 e 156 μg mL-1), as análises revelaram a presença de ácidos graxos derivados de lupeol, é o primeiro relato desses compostos para essa espécie. A fração etanólica do látex, não exibiu eficácia larvicida e antifúngica, mas exerceu potencial antioxidante (látex noite: 15.78 ± 0.82; látex manhã: 12.82 ± 0.04 μg mL-1) e antiacetilcolinesterase (látex noite:14.90 ± 0.24; látex manhã:16.79 ± 0.24 μg mL-1). Os extratos etanólico e decoto, não tiveram ação larvicida e antifúngica, no entanto exibiram atividade antioxidante (etanólico: 18.29 ± 0.14 μg mL-1 ; decoto: 56. 75 ± 0.06 μg mL-1) e antiacetilcolinesterase (etanólico:12.07 ± 0.95 μg mL-1 ; decoto: 12.21 ± 0.16 μg mL-1), e não foram tóxicos para Danio rerio (Hamilton, 1822) adulto, mas o extrato etanólico das folhas pôde afetar a locomoção dos peixes. Foi observado a presença de ácido gálico, rutina e quercetina para a fração etanólica do látex, para os extratos das folhas, notou-se ácido gálico e rutina. Conclui-se que o látex e extratos etanólico e decoto das folhas de C. madagascariensis efetuaram atividades biológicas, os resultados obtidos podem ter correlação com os compostos identificados nas análises, sugere-se a continuidade na investigação de compostos com princípios ativos para essa espécie, visto que podem agregar valor para a síntese de fármacos para o tratamento de Alzheimer, infecções por fungos dermatófitos, dentre outros exemplos.