Estudo químico e atividade antioxidante e antiviral de espécies de anacardiaceae, popularmente denominadas de aroeiras, para o controle do vírus zika

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Ana Livya Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=101433
Resumo: O vírus Zika (ZIKV) é uma ameaça emergente à saúde em todo o mundo. Atualmente, não existem terapias disponíveis para tratar as doenças resultantes. Assim, as plantas medicinais apresentam grande potencial como fontes naturais de compostos antivirais contra o ZIKV. As espécies Astronium fraxinifolium, Myracrodruon urundeuva e Schinus terebinthifolius apresentam um amplo espectro de propriedades biológicas, por exemplo antioxidante, e podem ser uma fonte promissora de compostos fitoquímicos contra o ZIKV. Neste trabalho objetivou-se investigar as atividades antioxidante de extratos etanólicos das folhas e casca do caule de A. fraxinifolium, M. urundeuva, S. terebinthifolius; pontencial citotóxico e atividade antiviral in vitro frente ao ZIKV das duas primeiras espécies; atividade antiviral in silico contra a protease NS2-NS3 do ZIKV dos principais compostos fenólicos presentes nos extratos de Astronium fraxinifolium. Os extratos etanólicos das folhas e da casca do caule das três espécies foram obtidos por maceração. A quantificação dos compostos fenólicos foi realizada por cromatográfia líquida de alta eficiência (CLAE). As atividades antioxidantes foram avaliadas através dos métodos 2,2’-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH) e ácido 2,2´-azino-bis (3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico) (ABTS). A citotoxicidade bem como a atividade antiviral dos extratos foi verificada por meio do teste MTT (brometo 3- (4,5-dimetiltiazol-2-ilo) -2,5-difeniltetrazólio)) em células Vero. Os principais compostos fenólicos caracterizados nos extratos etanólicos das folhas e da casca do caule de A. fraxinifolium foram isoquercitrina, canferol-3-O-rutinosídeo, ácido gálico e ácido clorogênico. Os extratos de A. fraxinifolium apresentaram elevado teor de compostos fenólicos e atividades antioxidantes contra DPPH e ABTS, com CI50= 26,55 e 3,91 μg /mL, respectivamente. Os extratos etanólicos da casca do caule e das folhas de A. fraxinifolium apresentaram citotóxicidade com CC50= 1620 e 1500 μg/mL e atividade antiviral in vitro contra ZIKV com CE50= 751,55 e 219,41 μg/mL, respectivamente. As simulações de docking molecular dos compostos fenólicos identificados nos extratos de A. fraxinifolium com a protease NS2-NS3 do ZIKV mostraram que a rutina foi o composto com maior energia de afinidade. Os principais compostos fenólicos caracterizados nos extratos etanólicos das folhas e da casca do caule de M. urundeuva foram ácido gálico, rutina, ácido elágico, isoquercitrina, quercetina e amentoflavona. Os extratos de M. urundeuva apresentaram elevado teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante contra DPPH e ABTS com CI50= 5,92 e 2,16 µg / mL, respectivamente. O extrato das folhas de M. urundeuva apresentou citotóxicidade, com CC50= 1480 µg/mL e atividade antiviral in vitro contra ZIKVcom CE50= 252,47 µg/mL e 940,91 µg/mL para os extratos etanólicos da casca do caule e das folhas de M. urundeuva, respectivamente. Os compostos fenólicos caracterizados nos extratos etanólicos das folhas e da casca do caule de S. terebinthifolius foram ácido gálico, rutina, isoquercitrina, caenferol-3-O-rutinosídeo, quercetina e apigenina. Os extratos de S. terebinthifolius apresentaram elevado teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante contra DPPH e ABTS com CI50= 5,92 e 2,16 µg /mL, respectivamente. Os resultados indicam as plantas medicinais como fontes promissoras de compostos fenólicos que podem constituir um potente fitoterápico no tratamento das doenças associadas ao ZIKV e ao estresse oxidativo. Palavras-chave: Aroeira. Compostos fenólicos. Antioxidante. Docking Molecular. Antiviral.