Comportamento de movimento 24h em crianças antes, durante e após período de isolamento social por covid-19: estudo longitudinal em perspectiva de redes

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Oliveira, Adriana Maria Bezerra De
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107436

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a Pandemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Covid-19), cientificamente conhecida como SARS-CoV-2. O alto poder de contaminação fez com que a doença se propagasse rapidamente pelo mundo. Dessa maneira, as crianças foram suspensas de todas as atividades. Embora as medidas de isolamento social fossem essenciais para a contenção do Covid-19, esse fato agravou um problema de saúde pública, a inatividade física em crianças, podendo impactar ainda no ganho de peso, na exposição ao tempo de tela e na qualidade do sono. Surgiram os questionamentos: Será que houve mudanças dos comportamentos de movimento 24 horas ao longo do tempo antes, durante e pós o período de isolamento social ocasionado pela pandemia do Covid-19, através de uma estrutura de redes? E, se os comportamentos estão associados com renda familiar e nível de formação escolar do responsável da criança? Assim, o estudo caracteriza-se como uma abordagem longitudinal de caráter retrospectivo, descritivo e de associação. Foi realizado no Município de Juazeiro do Norte-CE, Brasil. Participaram 58 pais ou responsáveis por crianças de ambos os sexos com idade entre três a cinco anos (Masculino=34). O comportamento de movimento-24 horas consiste em atividade física, comportamento sedentário (em tela) e tempo de sono, que foram avaliados em três tempos de forma retrospectiva para cada período. Os dados sociodemográficos coletados foram: a) pré-escolar: data de nascimento, sexo e idade; b) pais/responsáveis = renda familiar, idade e nível de escolaridade. Os dados foram obtidos pela plataforma online (Google Forms). Inicialmente foram utilizadas estatística descritiva, média e desvio padrão para as variáveis contínuas e distribuição de frequência para as variáveis categóricas. Foi conduzida uma análise de rede (Network Analysis). Foi utilizado o indicador de centralidade de influência esperada. As análises foram realizadas usando o programa Rstudio e o pacote Qgraph. Os principais achados indicaram que em todos os períodos (pré, durante e pós - pandemia do Covid-19) são apresentados dados preocupantes, pois nenhuma criança aderiu aos três comportamentos simultaneamente, porém durante o isolamento social por causa o novo coronavírus, houve uma piora tanto no cumprimento dos comportamentos de forma individual, quanto de forma combinada. Os meninos mostraram melhores resultados, principalmente em relação às recomendações da atividade física. Quando considerada a perspectiva de rede, foi possível avaliar as interações entre todas as variáveis como um sistema complexo, sendo que essas variáveis foram consideradas como únicas, onde cada uma exerceu um papel fundamental no sistema. Desse modo foi possível analisar mesmo que discretos efeitos, tendo em vista que para essa abordagem os pequenos efeitos podem se mostrar negativos dentro desse sistema. Nesse entendimento, os dados de influência esperada apontaram que a variável renda teve maior valor (também no momento durante), mostrando o quanto ela foi sensível na rede, o que pode ser explicado se levar em consideração o contexto de uma pandemia mundial com isolamento e, consequentemente, uma queda drástica na economia. Assim, apesar das limitações, devido à ausência da habilidade dos participantes para responder os formulários online, esse fato não invalida a relevância desse estudo que apresenta dados relevantes para a área, auxiliando tanto os cuidadores primários, quanto os profissionais da educação física.