Ultrassonografia e vitrificação testicular de cães pré púberes

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Oliveira, Elana Da Silva
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107419

A ultrassonografia bidimensional e Doppler é um excelente método de avaliação testicular. Entretanto, até o momento existem poucos estudos acerca dos parâmetros dopplevelocimétricos de cães pré-púberes. Por outro lado, estudos têm sido realizados objetivando estabelecer o melhor protocolo de criopreservação testicular. Assim, diferentes crioprotetores vêm sendo testados para a criopreservação de testículos. A sacarose e a trealose são crioprotetores não penetrantes. A sacarose tem sido utilizada na vitrificação testicular em diversas espécies, entretanto, pouco se sabe sobre o uso da trealose na criopreservação testicular. Assim, objetivou-se avaliar ulltrassonograficamente os testículos e a artéria testicular de cães pré-púberes e vitrificar os testículos dos mesmos. Para tanto, 6 cães de 3 a 5 meses foram submetidos à ultrassonografia testicular, medindo-se as velocidades de pico sistólico (VPS) e a diastólica final (VDF) e os índices de resistência (IR) e de pulsatilidade (IP) da artéria supratesticular (AST) e artéria marginal (AM). Em seguida, foram submetidos à orquiectomia, para obtenção de 9 fragmentos de cada par testicular, distribuídos da seguinte forma: 3 para o grupo controle; 3 para cada grupo de vitrificação: DMSO/EG/sacarose e DMSO/EG/trelaose. As amostras foram aquecidas e submetidas à histologia clássica e avaliadas quanto à separação celular da membrana basal (SMB), retração da membrana basal (RMB), distinção entre células de Sertoli e espermatogônias (DSE), visualização nuclear (VN) e condensação nuclear (CN). A ultrassonografia Doppler demonstrou que a artéria testicular possui forma de onda monofásica, com picos sistólicos, fluxo diastólico contínuo e baixa resistência vascular. A VPS da AST do testículo esquerdo (TE) foi 11,03±2,10 cm/s e do testículo direito (TD) 13,06±4,17 cm/s. A VDF da AST do TE foi 7,28±3,60 cm/s e TD 7,11±4,88. O IR da AST do TE foi 0,49±0,09 e do TD 0,50±0,26 e o IP da AST do TE foi 0,49±0,26 e do TD 0,74±0,60. A VPS da AM do TE foi 13,96 ±3,39 cm/s e do TD 13,20±4,11 cm/s, a VDF do TE foi 8,92±4,15 cm/s e do TD 8,26± 2,79 cm/s, o IR do TE foi 0,37±0,15 e do TD 0,37±0,04 e o IP do TE foi 0,49±0,23 e do TD 0,46±0,07. O baixo IR corrobora com a idade. A associação com trealose manteve-se similar ao controle fresco, com relação ao diâmetro dos túbulos seminíferos e ao grau de SMB, ao passo que no grupo vitrificado com sacarose houve uma redução significativa no diâmetro tubular e um aumento do grau de SMB. No que diz respeito ao grau de RMB, o grupo sacarose foi similar ao controle (1,7 ± 0,5 vs. 1,8 ± 0,6), enquanto que aumentou no grupo trealose (2,0 ± 0,6). Nos parâmetros DSE, VN e CN, houve uma piora no grupo trealose e essa queda da qualidade foi ainda mais acentuada no grupo sacarose (P < 0,05). Conclui-se que valores de referência são necessários para a avaliação dos parâmetros dopplervelocimétricos, em que o presente estudo fornece mais informações acerca do fluxo sanguíneo arterial testicular de cães pré-púberes e que a associação DMSO/EG/trealose conservou melhor a integridade testicular de cães pré-púberes pós-vitrificação. Palavras-chaves: Canis familiaris, crioprotetor, açúcar, ultrasson, reprodução, gônada masculina.