Abordagem eco-bio-social no contexto da dengue: o que os atores sociais (stakeholders) têm a dizer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Miranda, Martha Suellen de Lacerda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=67722
Resumo: A dengue, doença atrelada à urbanização desorganizada, irregularidade no abastecimento de água, precariedade na coleta de lixo e aos fatores climáticos, constitui-se como um grave problema de saúde pública nas grandes metrópoles brasileiras, dentre elas, Fortaleza. Assim, este estudo teve por objetivo analisar o papel dos diversos atores interessados, através da abordagem eco-bio-social, para o controle da epidemia de dengue. Tratou-se de uma pesquisa embasada na análise dos stakeholders, com o suporte da Fundação das Nações Unidas da Infância, Centro Internacional Desenvolvimento e pesquisa, Programa de desenvolvimento das Nações Unidas, Banco Mundial, Organização Mundial de Saúde e Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), realizada em Fortaleza com perspectiva qualitativa e exploratória, no período de Outubro de 2010 a Janeiro de 2011. Foram realizadas entrevistas abertas e em profundidade com 10 instituições/núcleos, sendo 5 da área da saúde, 1 do setor de infra-estrutura, 1 do setor do meio ambiente, 2 empresas responsáveis pela coleta de lixo e 1 companhia responsável pelo abastecimento de água. Além disso, o município foi dividido em quadrantes, dos quais sorteou-se, aleatoriamente, 10 e para compreender melhor o papel do Programa de Saúde da Família (PSF) desses quarteirões no tocante a dengue, foram entrevistados os profissionais de saúde, agentes de saúde e de endemias. Os dados coletados foram trasncritos e analisados através do software NVIVO, do qual emergiram as seguintes categorias: Características dos stakeholders; Análise dos stakeholders: seus papéis e suas articulações; A visão dos stakeholders sobre problemas; O papel do PSF no controle da dengue; Possíveis soluções a partir da análise dos stakeholders. Percebeu-se que alguns atores sociais, tais como os núcleos de endemias e de vigilância epidemiológica, apresentam maior influência no cenário da dengue, e se posicionam de maneira favorável na ação de controle da doença, enquanto que a secretaria de infra-estrutura e a companhia de abastecimento de água encontram-se mais distantes da problemática, no sentido de modificar a realidade, embora influenciem diretamente na questão da dengue. Verificou-se que Fortaleza apresenta todos os fatores determinantes para a doença, de acordo com as percepções dos entrevistados, sendo a falta de planejmaneto urbano a causa principal que desencadea outros fatores. Com relação ao papel do PSF, detectou-se que o programa ainda focaliza e direciona suas atividades para ações curativas e reabilitadoras e que os entrevistados apontam a não contribuição da população nas medidas de prevenção. E como possíveis soluções, foram identificados as punições e multas para os locais onde fossem encontrados focos do mosquito, maior envolvimento da população na atividades de prevenção através da educação e autonomia. Conlui-se que os entrevistados não desenvolvem atividades inter-setoriais no que tange as ações de prevenção da dengue, apesar das articulações existentes. Diante disso, é preciso que os órgãos públicos modifiquem a estratégia de envolvimento da população e que direcionem seus esforços na tentativa de controlar a urbanização e de melhorar as condições sócio-sanitárias das comunidades. Palavras-chave: Dengue; Ecossistema; Partes interessada.