A arte da resistência no contexto da luta de classes: a intempestividade da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST frente à crise estrutural do capital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paz, Micharlles Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95312
Resumo: Com ternura e presunção de criticidade pesquisaremos as maneiras mediante as quais a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do MST enseja sua arte da resistência dentro da dramática crise estrutural do capital. Do ponto de vista epistemológico, a investigação arvora-se do conceito de história baseado em Karl Marx, no qual o transcurso dos homens no tempo é analisado através da luta de classes. Aliada a dimensão cultural que a envolve, esta disputa social encontra-se entremeada na contradição dialética entre o desenvolvimento das forças produtivas e as relações sociais de produção. De modo que, sob o farol hermenêutico do materialismo histórico-dialético, pretendemos destrinchar o tempo do incorrigível modo- de- produção vigente à luz das vivências e projeções intempestivas da ENFF. Ao interpelar nosso tempo, tão egoísta e desencantado, caracterizado tanto pelo refluxo das expectativas utópicas, quanto pelo recrudescimento da “democracia”, com suas ameaças e mortes aos pobres, este estudo revela sua vocação política, na medida em que questiona radicalmente os pressupostos violentíssimos que legitimam ad infinitum a sociabilidade da tirânica temporalidade da acumulação ampliada do capital. Para investigar a arte da resistência desta Escola, a dissertação percorrerá três caminhos: primeiro, divagaremos um pouco acerca da visão de mundo revolucionário-romântica que embasa a pesquisa. Em segundo, contextualizaremos historicamente o MST e a ENFF, pondo em tela sua experiência classista. Ao fim e ao cabo, os capítulos estão ligados por um fio condutor: o processo empírico, sendo a riqueza da pesquisa a interlocução da teoria com a empiria. Neste arco dialógico, percebemos que a práxis da ENFF é pautada por valores antitéticos à alienação capitalista, tais como: o trabalho solidário, essencial para uma nova ontologia do ser social; o internacionalismo como peculiaridade de sua experiência de classe e expressão de seu legado revolucionário para a história dos trabalhadores; a dimensão espiritual da luta política, a mística; a busca para “romper a cerca da ignorância” através de uma educação emancipadora. À luz das leituras bibliográficas e diálogos com as evidências empíricas, a pesquisa abre-se com afabilidade e suspeição para novos olhares. Palavras-chave: Crise estrutural do capital. Luta de Classes. ENFF.