A crise, e agora? O comportamento de consumo das classes populares frente a um cenário econômico de crise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bavaresco, Vera Lúcia Yeckel da Costa
Orientador(a): Fonseca, Marcelo Jacques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão e Negócios
Departamento: Escola de Gestão e Negócios
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5449
Resumo: Este estudo buscou investigar o comportamento de consumo dos indivíduos das famílias de classe popular frente a um cenário de crise econômica. Para chegar a este objetivo, fez-se necessário abordar como foi no pré-crise, a partir do plano real e as políticas econômicas e sociais dos últimos governos e consequente melhora na condição de vida. O que se conclui é que eles efetivamente renderam-se ao comportamento voltado para o consumo, conforme achados em vários dos estudos que embasaram o referencial teórico deste trabalho. Com este comportamento, alcançaram a inclusão e o status por tanto tempo perseguido. Destaca-se que aprenderam o consumo em suas várias nuances, do planejamento passando pela administração dos recursos, crédito e pagamento, até o entendimento dos significados e das lógicas que o ter e o poder ter oferecem em termos de distinção e pertencimento, formando-se, a partir daí, uma nova legião de consumidores, os consumistas. Porém pode-se destacar que somente o acesso ao consumo não é fator relevante para que possa haver uma ascenção de classe social. Com relação a este novo fator, a crise, percebeu-se que eles estão acostumados a “apertar o cinto “ e que não deixam de consumir, isto é, eles reavaliam e reajustam seu modus operandis, utilizando-se de planejamento financeiro para comprar à vista, utilizando-se do cartão de crédito para compras mais pesadas, abrindo mão de prazeres como o lazer e os supérfluos para não precisar cortar na comida, administrando suas visitas ao supermercado, aproveitando promoções e ofertas, compartilhando espaços, saídas para compras e, até mesmo, as próprias contas. Entretanto, apesar das restrições de acesso ao crédito e das taxas de juros mais altas, dificultando o acesso desses consumidores aos seus sonhos, eles deixam claro que encontrarão uma maneira de atingir suas conquistas e estão permanentemente planejando. Pode-se dizer que, o que estão vivendo na verdade, é uma crise mais de confiança do que econômica. O detonador é a falta de perspectiva. Por não saberem como será o dia de amanhã, eles preferem não arriscar, o que reduz o consumo e, com isso, para a roda da economia. Como resultado das conquistas, do entendimento e rendição ao consumo, os populares, apresentaram amadurecimento em suas ações. E o que mudou, no que diz respeito ao comportamento de consumo do público popular é que qualidade não tem preço, que aprenderam a educação financeira, que ao oferecer crédito, tem de estar implícito parcelamento a longo prazo mesmo que represente pagar muito mais do que o bem realmente vale, que desconto tem de ser real, que poupam para comprar melhor, que comprar à vista oferece ganhos, que se quiser ser entendido por eles, tem de respeitar seus valores, fazer-se próximo, entender suas lógicas e sua linguagem simples e entender que não necessitam mais ser convencidos de que o consumo é um caminho para o pertencimento, pois que agora renderam-se ao consumismo, desde que obedecidas e respeitadas suas crenças e valores.