Capitalismo e democracia na concepção de Florestan Fernandes: a realidade brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Thiago Bernardo da
Orientador(a): Almeida, Silvio Luiz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33684
Resumo: O objetivo da presente dissertação é analisar os debates democráticos ocorridos no século XX, considerando as perspectivas de defensores de uma corrente política e econômica liberal e as de pensadores marxistas. Também, compreender como foi o processo de industrialização e redemocratização brasileiro em um contexto em que o país ainda sentia os reflexos da recente abolição da escravidão e da Proclamação da República. Pretende-se analisar as vias de desenvolvimento do capitalismo (via clássica, via prussiana e via colonial) e como se concretiza o modo de produção capitalista, sobretudo como ele se reproduz, sua relação com o Estado e a função da ideologia como forma de perpetuação desse modo de produção. Além disso, pretende-se verificar, através de interpretação textual e de conceitos, como Florestan Fernandes relacionou a formação das classes sociais brasileiras ao modo de produção capitalista e quais foram os impactos na escolha da forma do governo durante o século XX. O problema que se pretende discutir é se, no cenário brasileiro, a democracia é compatível com o capitalismo. Através do desenvolvimento do trabalho será possível identificar algumas das possíveis raízes da estratificação e desigualdade social tão característicos da sociedade brasileira. A hipótese que se pretende desenvolver é que as dificuldades da sociedade brasileira de se livrar das amarras do capitalismo dependente e conseguir seu desenvolvimento autônomo, para possibilitar a diminuição da estratificação e da desigualdade social, são fruto do conservadorismo que domina as instituições brasileiras que objetivam a manutenção do status quo. O reflexo desse conservadorismo, dessa resistência às mudanças, impacta diretamente o rumo da política brasileira, razão pela qual a democracia participativa e representativa como ideal de forma de governo que supostamente existe no Brasil, na realidade, revela-se como um modelo autocrático-burguês, uma verdadeira democracia restrita.