Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, Lara Lidia Ventura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=117239
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Resumo: |
Introdução: a Doença de Chagas (DC) integra o rol das Doenças Tropicais Negligenciadas, constituindo uma doença transmissível, que afeta desproporcionalmente populações pobres, em fragilidade social, resguardando estreita associação com a precariedade das condições de vida. Objetivo: descrever o padrão temporal e a distribuição espacial, bem como estimar a relação entre indicadores de desenvolvimento social com a mortalidade por Doença de Chagas no Brasil no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2023. Método: estudo ecológico, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade. A coleta de dados contemplou todos os óbitos por DC notificados pelo código B57 da Classificação Internacional de Doenças. Foram eleitas variáveis de caracterização sociodemográfica e indicadores de desenvolvimento social: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, Índice de Vulnerabilidade Social, Índice de Gini, % de analfabetos maiores de 18 anos, Transferência per capita do Bolsa Família, % de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados, % de pessoas em domicílios com paredes que não sejam de alvenaria ou madeira aparelhada, cobertura da Estratégia de Saúde da Família. A taxa de mortalidade foi calculada para cada município, estado e variável de caracterização sociodemográfica. Para a análise temporal por pontos de inflexão, foi realizado o cálculo da variação percentual anual e média. Na análise espacial, as taxas foram suavizadas pelo método Bayesiano Empírico Local. Para identificar aglomerados espaciais, foi calculado o Índice Moran Global, Local, Getis-Ord Gi* e Varredura Scan, este último, possibilitou a identificação de clusters e cálculo do Risco Relativo (RR). Aplicou-se as regressões Generalized Linear Model (GLM), Spatial Lag e Spatial Error, finalizando com o modelo Geographically Weighted Regression (GWR). Resultados: foram notificados 105.735 óbitos, com predominância do evento em indivíduos do sexo masculino, com tendência de crescimento conforme o aumento da idade, raça/cor preta e sem escolaridade. A mortalidade média foi de 2,34 óbitos/100 mil hab, com tendência de redução de 5,9% ao ano. A região Centro-Oeste lidera a maior taxa de mortalidade (7,03 óbitos/100 mil hab). No âmbito dos estados, os padrões Alto/Alto localizam-se nos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia. Adicionalmente, os maiores valores de RR do país estão localizados em Minas Gerais. Em relação a regressão com indicadores de desenvolvimento social, o modelo GWR teve o melhor ajuste e evidenciou associação dos indicadores Índice de Vulnerabilidade Social (3,92; p = 0,059) e domicílios com paredes que não sejam de alvenaria ou madeira aparelhada (1,61; p = 0,005), indicando maior influência da vulnerabilidade social e habitações precárias nas taxas de mortalidade localmente. Conclusão: a mortalidade por DC no Brasil persiste em patamares elevados, embora a análise por pontos de inflexão indique tendência geral de decréscimo, estando associada a municípios detentores de elevados índices de vulnerabilidade social e habitações inadequadas. |