Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Carlos Henrique Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-25072021-193520/
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Resumo: |
Contexto: Cardiomiopatia por Chagas e a causa predominante de miocardite infecciosa e apresenta alta morbimortalidade, aproximadamente 14.000 ao ano. A doença evolui em múltiplas vias, levando `a inflamação, remodelamento cardíaco, fibrose e hipertrofia. Galectina-3 (Gal-3) pode traduzir potencial para fibrogênese sob certo estímulo e agir como biomarcador para estratificação daqueles em forma indeterminada ou cardíaca leve que irão progredir para doença cardíaca ou morte. Métodos: analisamos dados secundários de base da coorte SaMi-Trop cujos pacientes provinham de área com alta endemicidade no Brasil e transmissão vetorial controlada, bem como sem uso prévio de Benzonidazol (Bz). Da primeira visita estudamos dados referentes `as características sócio demográficas e clínicas, Gal-3, NT-proBNP, títulos sorológicos, alterações ao ECG Minor ou Major e classe funcional (NYHA). A coorte foi seguida por um tempo cuja mediana foi 2.5 anos e, reavaliamos pacientes em segunda visita para verificar mudanças em: NT-proBNP ajustado para idade (adjNT-proBNP), alterações ao ECG, progressão de classe funcional e morte por todas as causas. Analisamos dados transversais das visitas, assim como tempo-evento por regressão de Cox e Kaplan-Meier para Gal-3 e outros preditores, ajustados para: idade, sexo, doença renal crônica, IAM prévio e diabetes. Reportamos HRs para óbito por todas as causas. Resultados: Analisamos dados de 1313 pacientes cuja média de idade era 59.8 (± 12.5) anos, maioria mulheres (n=884; 67%), com alta prevalência de comorbidades (HAS, 64.5%; dislipidemia, 41.2%; diabetes, 10.1%), NYHA I-II, 57.2%. Alterações ao ECG de base foram frequentes, Minor, 23.3% e Major, 60.1%. No geral, estrato mais alto de Gal-3 (>25.9ng/mL)-\"AR-Gal-3\" foi associado com mais marcadores de gravidade e carga de doença em ambas as visitas, além de morte por todas as causas. Cem (8.2%) pacientes faleceram durante o seguimento. Gal-3 foi maior entre os falecidos, 19.9 (±8.7) ng/mL, comparado aos sobreviventes, 17.5 (±6.2) ng/mL; p<0.001. Para AR-Gal-3, modelo de Cox ajustado resultou em HR 2.07 [IC95%: 1.21-3.52]; para subgrupo com AR-Gal-3 e Major-ECG, encontramos HR 6.85 [CI95%: 3.10-15.10]; enquanto para AR-Gal-3 e adjNT-proBNP alterado, HR 7.93 [CI95%: 3.88-16.21]. Progressão de doença (evolução de alterações ao ECG, surgimento de adjNT-proBNP alterado e piora de classe funcional) não foi associada `a AR-Gal-3. Conclusões: entre pacientes infectados por T.cruzi e sem uso prévio de Bz em área endêmica do Brasil, encontramos associação entre Gal-3>25.9ng/mL e mais que duas vezes a taxa de mortalidade daqueles com Gal- 3 <= 25.9 ng/mL. Quando associado a Major-ECG, resultou em quase sete vezes a taxa de mortalidade comparado àqueles não pertencentes ao grupo AR-Gal-3 e não Major- ECG. Logo, o biomarcador pôde definir pacientes com maior chance para evolução ao óbito por todas as causas, apesar de não ter sido evidenciado sua associação com progressão para marcadores de doença. |