“Catirina minha nega, Teu sinhô ta te querendo vende, Pero Rio de Janeiro, Pero nunca mais ti vê, Amaru Mambirá”: O Ceará no tráfico interprovincial – 1850-1881

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Ferreira Sobrinho, José Hilário
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=103476
Resumo: <p class="MsoBodyTextIndent" style="margin-left:0cm;text-indent:30.05pt">O fim do tráfico atlântico, em 1850, levou muitas pessoas a acreditarem que o sistema escravista estava com seus dias contados. Mas, o que se verá, portanto, será o inverso. A demanda de escravos, provocada pelo término do tráfico Brasil/África, fez com que os barões do café e os fazendeiros do açúcar no Sudeste encontrassem nas províncias - em especial nas do Nordeste -, a fonte para resolver o problema da falta de mão-de-obra escrava, provocando, assim, uma intensificação do tráfico entre províncias, dando sobrevida ao sistema escravista por mais algumas décadas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:30.05pt;line-height: 150%">Este estudo analisa como se organizou, na província do Ceará, esse movimento. Para tanto, foi necessário construir um panorama do Ceará a partir da segunda metade do século XIX. Isto se tornou necessário no sentido de se compreender a realidade sócio-econômica e de se traçar o perfil dos negociantes, percebendo suas estratégias de negócio e seus vínculos com os comerciantes do Sudeste, configurando, assim a rede desse comércio. Ao mesmo tempo, foi possível perceber as estratégias dos escravos para evitarem serem vendidos no tráfico interprovincial. As vítimas desse “infame comércio” buscaram resistir à venda para outras regiões, já que o embarque significava o rompimento dos laços de parentescos e afetivos. Criaram uma rede de solidariedade, cujas malhas perpassam por escravos, libertos e livres. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:30.05pt;line-height: 150%">A resistência constante dos escravos contra o tráfico interprovincial foi fundamental, a ponto de ter contribuído para que movimentos, como a greve dos jangadeiros, alcançassem êxito e fortalecessem a luta contra a escravidão e, em particular contra o comércio negreiro interno.</p>