A Caminho do Sentido: Historias de Pacientes com Sequelas das Funcoes Orais Decorrentes do ...

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Irineu, Roxane de Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=37500
Resumo: O tratamento para o cancer de boca consiste na realizacao de cirurgias, radioterapia e por vezes quimioterapia. Durante as cirurgias, sao retiradas estruturas orais responsaveis por funcoes basicas como a alimentacao e a fonoarticulacao. Tais cirurgias podem, portanto, ocasionar sequelas no processo de alimentacao e/ou na inteligibilidade de fala. A presente pesquisa teve como eixo central compreender como os pacientes submetidos a cirurgia para o tratamento do cancer de boca vivenciam suas sequelas nas funcoes orais, assim como entender de que forma lidam com a presenca do cancer nas suas vidas e como se constitui a dinamica social que experimentam nos contextos familiar e comunitario. A historia de vida foi o recurso metodologico utilizado para este fim. Todos os sujeitos que participaram desta pesquisa tinham idade superior a 50 anos e eram portadores de cancer de boca, tendo realizado cirurgia e radioterapia para o tratamento do mesmo. Eram pacientes da Sanata Casa de Misericordia e viviam em situacao socio-economica baixa, sendo comum em suas historias, dificuldades financeiras, pobreza e por vezes fome. O cancer em suas vidas deveu-se ao habito de fumar, habito este que teve inicio muito cedo, pela busca do prazer, ou ainda para aliviar a fome e a dor. Muitas mudancas ocorreram nas historias desses sujeitos a partir do diagnostico do cancer: medo da morte; alteracoes fisicas e esteticas; estigma; prejuizo nas funcoes tao essenciais como o falar e o comer, alem da depressao. A dificuldade no falar foi peculiar a todos os casos, uma vez que ela depende grandemente da integridade estrutural e do controle do trato vocal. Assim como o ato de se alimentar tornou-se, na vida dos sujeitos, um momento de desprazer, pela impossibilidade de comer seus alimentos prediletos e sentir seus sabores, ou pela impossibilidade de poder estar a mesa com seus familiares e amigos sem constrangimentos. Comer e falar ja nao lhes traz prazer. A maior parte deles alimenta-se, hoje, com dificuldade; nao come alimentos solidos, apenas liquidos e pastosos; nao sente o sabor da comida; ele para, escapa e engasga. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de valorizar a subjetividade envolvida na historia de sujeitos com cancer de boca. Eles precisam falar de seus medos, de suas angustias, de suas dificuldades, do futuro, e necessitam acima de tudo de profissionais que estejam aptos a ouvi-los e, a partir dai, conduzir uma terapeutica baseada na singularidade de cada ser.