Efeito do eugenol na reatividade muscular de bexiga isolada de ratos hígidos e diabéticos induzidos por STZ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Araujo, Marilia Cavalcante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105879
Resumo: Diabetes Mellitus (DM) é uma doença caracterizada pelo aumento prolongado da glicemia, sendo esse, resultante da secreção insuficiente de insulina e/ou ação inadequada da insulina. O mau controle do DM leva a inúmeras complicações, dentre as principais encontram-se as Disfunções do Trato Urinário Inferior (DTUI), caracterizadas como alterações funcionais de uretra e bexiga. As DTUI acometem mais da metade dos indivíduos portadores de DM e geram impactos negativos na qualidade de vida. O objetivo desse projeto é caracterizar o efeito do EUG “in vitro” na reatividade muscular em bexiga isolada de animais diabéticos induzidos com estreptozotocina. Foram utilizados ratos adultos, Wistar, com massa corporal entre 180-220 g. A indução do DM iniciou-se na 8° semana de vida. Ratos não diabéticos, pareados por idade, foram incluídos como controle (CT). Após 4 semanas de DM, os animais foram eutanasiados com CO2 e a bexiga urinária foi dissecada. Em cada bexiga foram realizados cortes em tiras longitudinais e posteriormente foram posicionadas em hastes de um setup de banho de órgãos isolados para início dos protocolos experimentais. A análise estatística dos dados foi feita por teste t-Student ou ANOVA seguida de Holm-Sidak, utilizando-se o software GraphPad Prism (7.0). Os dados foram considerados estatisticamente diferentes quando p foi ≤ 0,05. Como resultado, nas contrações induzidas por acoplamentos eletromecânico (60mM de K+, hiper e isotônico) e farmacomecânico (carbacol 1µM), o DM induziu hiporreatividade (p ≤ 0,001) do músculo liso da bexiga e o eugenol promoveu bloqueio das contrações de maneira dependente de concentração, com eficácia máxima na concentração de 3 mM. Na contração induzida por K60 hipertônico, o eugenol apresentou maior potência farmacológica no grupo DM em ambos os componentes analisados, a CI50 para o componente fásico foi de 0,844 ± 0,094 mM no grupo CT e de 0,58 ± 0,038 mM no grupo DM (p = 0,033). No componente tônico a CI50 foi de 0,889 ± 0,091 mM no grupo CT e de 0,593 ± 0,04 mM no grupo DM (p = 0,017). No acoplamento farmacomecânico (CCh; 1µM), o eugenol também apresentou maior potência farmacológica em animais diabéticos nos componentes fásico (CI50 1,4 ± 0,102 mM no grupo CT; CI50 0,9 ± 0,107 no grupo DM; p = 0,014) e tônico da contração (CI50 1,25 ± 0,213 mM no grupo CT; CI50 0,80 ± 0,081 no grupo DM; p = 0,049). No que concerne a curva do Ba2+, o grupo DM apresentou a uma maior sensibilidade a ação inibitória do eugenol na concentração de 0,3mM, no entanto, o DM não alterou o efeito máximo do composto. Podemos concluir que DM de 4 semanas gerou hiporreatividade detrusora nos componentes fásicos e tônicos nas contrações induzidas por KCl e por CCh. Adicionalmente, o eugenol apresentou efeito inibitório da contração em bexiga de ratos diabéticos e não diabéticos, porém, com potência superior de bloqueio das contrações em bexiga de animais diabéticos, nos mecanismos de contração eletromecânico hipertônico e farmacomecânico.