Inquietum ... cor. a inquietude do ser humano visão antropológico-ética de Agostinho de Hipona segundo as confissões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Nogueira, Francisco Camelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=31243
Resumo: Esta dissertaçao tem por objetivo analisar o tema da Inquietude do ser humano, do ponto de vista da Filosofia Crista, tomando como referencial e limite do tema o pensamento de Agostinho de Hipona, exposto na sua autobiografia concluindo em 401, conhecida como as Confissoes. A estrutura logica do presente texto foi construida a partir da frase-sintese paradigmatica de carater universal, constante da prece de abertura: Fizeste-nos para Ti e o nosso coraçao esta inquieto enquanto nao descançar em Ti. Portanto, tres são os momentos descritos por Agostinho, retirados da frase supracitada: primeiro, a Criaçao ex nihilo (Fecisti nos ad Te); segundo, a inquietude humana, geradora da modilidade e dinamismo, proprios do ser humano (...et inquietum est cor nostrum...); terceiro, o repouso em Deus (... donec requiescat in Te). As razoes da inquietude humana são: primeiro, o homem, criatura racional e, portanto, privilegiada na ordem das coisas, sendo orientado para o Criador, vive em permanente estado de tensao para Deus; a segunda razao da inquietude reside no fato de que o homem carrega no seu intimo o pecado, fruto do livre arbitrio (mala voluntas); a terceira razao da inquietude funda-se na criaturidade, na temporalidade, na ambiguidade do homem, ser finito com desejos insuprimiveis do infinito. E o drama existencial do homem em busca da felicidade, ele que e solicitado pelos bens temporais e pelos bens eternos. Para exposiçao do tema iniciou-se, portanto, com a soluçao encontrada por Agostinho para explicar a origem das criaturas, a Criaçao ex nihilo. Em seguida, expoe-se a natureza da criatura racional, imagem de Deus e o itinerario de sua angustia existencial ate seu encontro com o Criador. Para isso, procurou-se explicar a peregrinaçao do espirito de Agostinho de Hipona, nas suas idas e vindas pelos labirintos do erro, passando pelo maniqueismo, pelo platonismo e pelo neoplatonismo, indo deparar-se com as Escrituras, sobretudo com os textos do Apostolo Paulo, cuja leitura o leva a conversao. Enfim, o momento final das confissoes aponta a grande soluçao da inquietude humana, a beatitude, o repouso em Deus (donec requiescat in Te). Neste ultimo capitulo discute-se o tema da dimensao escatologica do homem, da virtude como a ordem do amor, do uti-frui, o principio do agir humano, e enfim, o peso do amor, a autotrancedencia para Deus, como o fim ultimo do homem.