Multiplicidade vocal e o conceito de voz-documento aplicado à análise de audiowalks

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Menezes, Flávia Andresa Oliveira de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Voz; Equipamento técnico; Narrativa; Performance
• Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/20325

Esta tese discute as emanações vocais mediatizadas por equipamentos técnicos, como produtos da sociedade pós-humana. Desenvolve o conceito de multiplicidade vocal para compreender os agentes técnicos e corpóreos que atuam de forma cooperada para a produção dessas vozes. A partir de um olhar sobre as diferentes máquinas e processos técnicos dedicados ao estudo da voz que se desenvolvem desde o final do século XIX, em todo o percurso do século XX e chegam ao século XXI, são criadas as categorias: Voz-ciborgue, Voz-biocibernetica, Vozes-artificiais e Voz-documento, para compreender as especificidades de cada emanação vocal mediatizada por diferentes aparelhos. Como recorte analítico, desenvolve e utiliza do conceito de Voz-documento para discutir as emanações vocais presentes em três obras de audiowalk: “Coma Profundo” (Grupo Visões Úteis, 2004); “O Homem Do Chapéu” (Grupo BiNeural-MonoKultur, 2018); e, “Mover(-se): 7 peças para desloca-se de dentro para fora” (Coletivo Teatro Dodecafônicos, 2021). As principais referências trabalhadas nesta pesquisa são Cavarero (2011), Zumthor (1985, 1993), Santaela (2003), Simondon (2020), Soares (2014), Beller (2014), Storolli (2020). A metodologia utilizada é a cartografia no cruzamento das propostas de Deleuze e Guattari (1995) e das contribuições de Davini (2012) para o recorte dos estudos da Voz. Como procedimentos foram realizadas pesquisas bibliográfica e documental - a partir da exploração em diferentes sítios de internet de grupos artísticos -, construção de quadros para organização dos dados e de questionário protocolo de análise, com abordagem perceptivo-auditiva e qualitativa. As principais conclusões apontam para a existência de diversidade quando se trata de vozes mediatizadas, as quais oferecem estratégias comunicacionais e estéticas, com aplicações cotidianas que incluem usos em acessibilidade, bem como possibilidades diversas de abordagens criativas. As vozes mediatizadas também apontam alguns desafios e a necessidade de discussão a partir de abordagen éticas. Sobre o conceito de Voz-documento, é possível afirmar que ele se constrói como uma maneira de classificar as vozes gravadas, a partir de sua função de registro, bem como oferece um modo de olhar e analisar essas vozes.