A improvisação como um elemento transformador da função do coreógrafo na dança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Muniz, Zila Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/11363
Resumo: Esta tese discute a improvisação como elemento transformador da função do coreógrafo na dança que reflete em processos colaborativos de criação, que pressupõe a participação de todos os envolvidos no trabalho de composição que a partir de suas competências artísticas tem espaço legítimo para criação. A pesquisa desenvolve uma trajetória teórica que atravessa campos distintos, da filosofia para a pesquisa em dança para ilustrar e compreender o papel da improvisação na formação do sujeito e situá-lo no espaço da experiência. Para isso faz referência à teoria da “ética da existência” e o “cuidado de si” elaborados por Michel Foucault, e à Danielle Goldman, que sugere a prática da improvisação como uma prática de liberdade. A análise do processo de criação é considerada a partir de várias instâncias e, para isso, este estudo faz um mapeamento das experiências e dos dispositivos de procedimentos e processos colaborativos de composição propostas pelas vanguardas da década de 60 e suas implicações na transformação da noção de dança. Reflete sobre o fenômeno da improvisação como técnica de dança e como causa da transformação e do fortalecimento dos coletivos e do seu uso nos processos de criação, com a análise detalhada do processo da improvisação. Os conceitos de “linguagem”, “sentido” e “afecto” são discutidos para traçar um percurso que delineia o meu pensamento enquanto coreógrafa e por onde se dá a dramaturgia e a construção de sentido na dança nos processos onde exerço a função de coreógrafa. Além disso, considero em que estado a dança se apresenta a mim e afeta a minha imaginação como ponto de partida para um processo de invenção e de montagem. Busco, ainda, analisar as transformações nos conceitos de coreografia, de coreógrafo e alguns princípios e práticas pertencentes ao universo de composição diante do panorama que se configura na criação. Por fim, nesta mesma direção, porém com uma perspectiva voltada para os processos de duas montagens do Ronda Grupo, descrevo partes dos procedimentos das técnicas de criação e do trabalho de construção de sentido nos espetáculos Socorro (2008) e Lugar nenhum (2010). Para tanto, trago para a discussão os conceitos de “Ritornelo” e “Fabulação” de Deleuze e Guatarli como forma de problematizar a forma criativa da improvisação, ou o movimento da criatividade.