Deixem as crianças brincar: o ensino do teatro na visibilização e acolhimento das crianças em dissidência

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Fazzioni, Mateus Junior
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Teatro; Arte - Estudo e ensino; Brincadeiras; Crianças
• Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/17977

A presente dissertação de Mestrado investiga as infâncias das crianças em dissidência, suas brincadeiras proibidas e vivências com Teatro na Educação. O objetivo do estudo é problematizar as construções sociais de gênero e sexualidade na infância (CONNELL; PEARSE, 2015); a designação compulsória do sistema sexo-gênero (PRECIADO, 2020; RUBIN. 2011); a (in)visibilidade e o apagamento das crianças em dissidência; o brincar como como ação social das crianças nas culturas de pares (SARMENTO, 2004; CORSARO, 2011) e as brincadeiras proibidas como patrimônios queer das infâncias dissidentes. Parte-se da compreensão de que é no brincar que as crianças se experimentam no mundo e vivem sua plenitude como sujeitas (WINNICOTT, 2019) sendo, também, na brincadeira que as crianças em dissidência vão sendo, na maioria das vezes, reguladas e adequadas à lógica adulta da cisheteronormatividade. Para discutir sobre as brincadeiras proibidas e as vivências das crianças em dissidência com teatro na escola, utilizam-se lembranças da infância do autor e depoimentos de professores(as) de teatro pertencentes a comunidade LGBTQIAPN+. Desse modo, busca-se problematizar o papel da Pedagogia do Teatro e das Artes Cênicas no acolhimento e visibilidade das crianças em dissidências (NASCIMENTO, 2022), investigando o Drama (CABRAL, 2006; PEREIRA 2021) como uma potente abordagem de ensino e experimentação do teatro que possibilita a instauração de espaços potenciais para discutir temáticas queer e mobilizar padrões e estereótipos ligados às brincadeiras. Espera-se que o presente estudo possa contribuir para o campo da Pedagogia do Teatro e das Artes Cênicas a partir de relações com os estudos queer e a Sociologia da Infância, vislumbrando práticas artístico-pedagógicas menos adultocêntricas e que invistam no potencial revolucionário e criador das crianças em dissidência, suas culturas e brincadeiras.